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Após protestos em frente ao estádio Mané Garrincha, 30 pessoas são detidas pela PM

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A polícia reprimiu com tiros de bala de borracha, bombas de efeito moral e gás de pimenta uma manifestação, segundo a Polícia Militar. antes do jogo do jogo entre Brasil e Japão, em frente ao estádio Mané Garrincha.

Pelo menos 29 pessoas (quatro policiais) ficaram feridas, segundo a PM sem gravidade, e 30 manifestantes (dez menores de idade) foram detidos. À noite eles seriam liberados.

Oficialmente, a cúpula da Segurança Pública do DF afirmou haver três feridos com balas de borracha. O critério utilizado pelo governo foi o número de pessoas atendidas nos postos montados no entorno do estádio.

O confronto da polícia com cerca de 700 manifestantes que tomaram conta dos portões de acesso ao estádio começou depois de cinco horas de protesto pela via central de Brasília.

Veja o vídeo do repórter Rubens Valente, da Folha.

Veja vídeo

PROTESTO

A manifestação tinha como objetivos principais as críticas às obras da Copa e o apoio ao movimento pelo passe livre em São Paulo. Mas outros participantes se juntaram, como grupos de sem-teto, indígenas e de defesa de direitos das mulheres, além de punks, professores pedindo melhores salários e militantes do PSTU.

A PM não conseguiu impedir que os manifestantes chegassem próximo ao estádio e agiu depois que manifestantes começaram a hostilizar torcedores que estavam na fila para acompanhar a partida, chamando-os de "vendidos" e atirando latas de refrigerante.

Uma equipe da Rede Globo de Brasília também foi hostilizada pelos manifestantes, que xingaram os jornalistas.

Os policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da cavalaria tentaram afastar os manifestantes das filas. Quando um dos agentes foi atingido com água no rosto, disparou spray de pimenta, o que provocou uma sequência de bomba de efeito moral, gás lacrimogênio, balas de borracha e prisões.

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CONFLITO

Os confrontos ocorreram quando faltava pouco mais de uma hora para o início da cerimônia de abertura da Copa, e alguns torcedores ficaram no meio dos embates. Os policiais conseguiram dispersar parte do grupo.

Dentro do estádio, a organização aumentou o som da música para minimizar o barulho das bombas. No alto-falante, o locutor parabenizava a PM e afirmava que tudo estava sob controle.

Os manifestantes, no entanto, voltaram se reunir ao lado do estudante Gabriel Germano, que foi atingido por uma bala de borracha na perna e feriu o rosto ao cair no asfalto.

"O policial me chamou de pivete e disse que era para correr. Quando comecei a correr, levei o tiro", disse Germano, que ficou deitado no chão coberto com a bandeira do Brasil antes de ser levado por uma ambulância.

Atingida por gás pimenta, a repórter do jornal "Correio Braziliense", Larissa Garcia, 24, grávida de cinco meses, passou mal e foi levada ao Hospital Regional da Asa Norte na tarde deste sábado. Medicada, passava bem até o início da noite.

Um grupo dos manifestantes resolveu ficar sentado no chão, mas a Polícia Militar mandou dispersar. Como eles não saíram, os policiais marcharam para cima e começaram a atirar balas de borracha para o alto e em direção ao grupo. Atingida por uma bala de borracha na cabeça, Isadora de Alencar, 18, caiu no chão perto de uma árvore e foi socorrida por amigos. Ela foi atendida e levou vários pontos.

Também houve perseguição com carros e motos. Um dos manifestantes, ao tentar fugir, foi atropelado por um policial em uma moto e preso em seguida. Outros integrantes do protesto foram agredidos a cacetadas no momento das prisões.

"O nosso ato era pacífico. Não tinha necessidade do uso dessa força", disse o estudante Marcos Fonseca. "A polícia mostrou que não está aqui para fazer nossa segurança, mas para garantir a imagem da Copa", afirmou Rafaela Cristina, dentista.

O tenente-coronel Zilfrank Antero, comandante de comunicação da PM, disse que não houve erro da polícia para controlar "meia dúzia" de manifestantes. "Quando se esgotaram as negociações, foi usada a força", afirmou.

Segundo o delegado Rodrigo Ribeiro, da 5ª DP, alguns manifestantes foram presos enquadrados na Lei Geral da Copa por causar tumulto e perturbação, além de agressão e desacato.

Escalado pela presidente Dilma Rousseff para cuidar da manifestação, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) também foi hostilizado e convidou os manifestantes para uma reunião neste domingo no Planalto. Ele chegou a dizer que viveu dez anos em uma favela, defendendo o potencial da Copa de gerar empregos.

Carvalho foi intimidado e chamado de "ladrão". "Nunca tive medo de contato", afirmou.

MANIFESTANTES X PÚBLICO

Servidor público, Ricardo Becker, 47, com dois filhos, de 9 e 14 anos, e mulher enfrentaram a ira dos manifestantes na fila. "Está muito perigoso e vamos ficar distantes dos protesto." Ele ficou 20 minutos na fila. Até achar o assento, 45 minutos. A entrada foi "tensa devido ao conflito com os manifestantes, mas o estádio é muito bonito".

Bruno Oliveira, 29, e Ana Gabriela oliveira, 27, grávida, estava com um sobrinho de oito anos. Eles reclamaram de poucas pessoas para fornecer informações.

"Estou achando desorganizado pela manifestação. Eles estão atrapalhando o evento, apesar de ser direito deles se manifestarem", afirmou Lucas Rubinger, 27.

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