Pela segunda vez neste ano, o Tribunal de Contas do Paraná recomendou nesta quarta-feira (16) que o governo suspenda os repasses de dinheiro público às obras da Arena da Baixada, estádio que vai receber os jogos da Copa de 2014 em Curitiba.

A reforma da arena, de propriedade do Atlético-PR, está sendo financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que é público, bancado com verbas federais. O financiamento ao clube soma R$ 131 milhões. A obra inteira vai custar R$ 265 milhões.

O TCE pediu a suspensão porque diz que o Atlético-PR deixou de pagar os juros devidos ao BNDES pelos repasses que já recebeu. A dívida do clube, segundo o órgão, é de R$ 1,7 milhão.

Além disso, o tribunal pede que se esclareça quem vai pagar a diferença do orçamento da obra. A reforma da arena custará cerca de 40% a mais que o previsto, uma diferença de R$ 80 milhões. O TCE teme que isso seja absorvido pelo poder público.

Até que esses dois esclarecimentos sejam feitos, os repasses do BNDES ficarão suspensos. Em julho, o tribunal havia feito a mesma recomendação por lacunas no projeto executivo, que foram sanadas, e por haver indefinição sobre o pagamento da reforma. Como este último tópico não foi esclarecido, desde julho, o Atlético-PR não recebe dinheiro do BNDES.

Arena da Baixada

O Atlético-PR disse que não vai se manifestar sobre a avaliação do TCE. O presidente do clube, Mário Celso Petraglia, já informou em outras ocasiões que o custo extra "será exclusivamente de responsabilidade e solução do clube".

A obra da arena, que está 79% concluída, é a mais atrasada entre os seis estádios ainda em andamento para a Copa de 2014.