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Ministro põe culpa em "engenheiros ruins" por atraso em aeroportos da Copa

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A culpa pelo atraso de obras em seis dos 12 aeroportos brasileiros em capitais que receberão a Copa do Mundo no ano que vem é dos engenheiros brasileiros, que são ruins e elaboram projetos mal feitos. Na hora da execução, todo o planejamento e cálculos tem de ser refeitos e a obra atrasa, além de ficar de mais cara. Essa é a explicação do ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Wellington Moreira Franco, para o problema.

"Os atrasos não acontecem por falta de dinheiro ou de vontade, é por responsabilidade", disse. "Os projetos que pegamos para executar são muito ruins, e temos refazer todos eles", afirmou Franco a dezenas de jornalistas editores de jornais regionais durante o evento "Encontro Nacional de Editores da Coluna Esplanada", promovido pelo jornalista Leandro Mazzini na quinta-feira.

Jorge Araújo/Folhapress
Terminal 3 do aeroporto de Guarulhos deve ser inaugurado em maio de 2014
Terminal 3 do aeroporto de Guarulhos deve ser inaugurado em maio de 2014

"Temos uma geração inteira de engenheiros nos anos 1970 e 1980 que saíram da faculdade direto para o mercado financeiro, então há uma carência de profissionais experientes e qualificados nessa área. Os jovens não saem bem formados da faculdade e os projetos são muito ruins", disse. "As empresas tem uma dificuldade muito grande em suprir isso e fazem verdadeiros milagres", continuou, sobre as obras tocadas pela Infraero, sob responsabilidade do governo. "Os engenheiros são ruins".

O governo planejou, em 2011, uma série de melhorias para os aeroportos das 12 cidades-sede. Em seis deles, porém, nem metade das obras de ampliação de terminais foi feita. A Infraero garante que todas as reformas estarão concluídas até junho do ano que vem, quando cerca de 600 mil turistas estrangeiros devem desembarcar no país, segundo a Embratur.

O Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) evitou polemizar e, questionado pela reportagem sobre as declarações do ministro, não respondeu. Por meio de sua assessoria de imprensa, diz apenas que o Brasil atravessou um grande período de estagnação em seu desenvolvimento industrial durante 30 anos em que a formação em Engenharia não era atraente. Com a retomada do crescimento econômico, nos últimos dez anos, a engenharia voltou a ser valorizada e o mercado profissional aquecido.

A Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros enviou à Folha, nesta quarta-feira (6), uma nota de repúdio às declarações de Moreira Franco.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA FISENGE

A Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) repudia veementemente as declarações à imprensa do Ministro-Chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, neste sábado (2/11), sobre o atraso das obras dos aeroportos no país. Na reportagem, Moreira Franco afirma que os engenheiros brasileiros "são ruins e elaboram projetos mal feitos". Ressaltamos que o atraso das obras em nada se relaciona à engenharia brasileira. As principais razões são a aceitação de projetos básicos para a licitação, a própria licitação com base na lei nº 8.666 e o "cipoal" da burocracia que envolve todo esse processo, além e principalmente da incúria aliada à incompetência de seus dirigentes do Ministério.

Em uma tentativa de retratação, o Ministro Moreira Franco divulgou uma nota neste domingo (3/11), que afirma "Tenho certeza que rapidamente teremos empresas de projetos e execução de obras com a mesma qualidade que tivemos no passado". Há que se registrar o fato de que a engenharia nacional e os engenheiros brasileiros nada devem em termos de tecnologia e conhecimento em relação a profissionais de outros países. Por outro lado, desconhecer as verdadeiras razões que culminaram com o atraso das obras e se voltar contra uma categoria que tem contribuído de forma efetiva para o desenvolvimento nacional é um grande equívoco e absurdo. Ainda salientamos a importância da engenharia ser tipificada como carreira do Estado, para o fortalecimento de sua função social, conforme o projeto de lei nº13/2013.

Tais declarações, certamente, sinalizam uma tentativa de desqualificação de uma categoria fundamental para o desenvolvimento do país e nós, da Fisenge, estamos atentos e comprometidos com a defesa da engenharia brasileira e da soberania nacional.

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