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Maior astro do Egito tenta levar Jordânia à 1ª Copa contra o Uruguai

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Participar ativamente da história foi algo a que o egípcio Hossam Hassan Hussein, 47, se acostumou desde que começou a ser um dos mais importantes jogadores de futebol da África.

Astro no seu país, manifestou-se durante as turbulências da Primavera Árabe. Agora, como treinador, ao lado do assistente técnico e irmão gêmeo, o ex-lateral direito Ibrahim, ele tenta levar a Jordânia à sua primeira Copa do Mundo.

Seus comandados enfrentam os uruguaios em dois jogos pela repescagem mundial das eliminatórias. O primeiro será nesta quarta-feira, em Amã, às 13h (horário de Brasília). O jogo da volta será no dia 20, em Montevidéu.

"O mundo todo sabe que o Uruguai é o favorito", disse em entrevista à Folha.

Amr Mahmoud-6.mai.2011/AFP
Ao lado de Michel Platini (à esq.) e Joseph Blatter (à dir.), Hossam Hassan é premiado como então recordista de de jogos por seleções nacionais
Ao lado de Michel Platini (à esq.) e Joseph Blatter (à dir.), Hassan é premiado como então recordista de jogos por seleções

Hassan tornou-se recordista da sua seleção com 68 gols. Jogou a Copa de 1990 como titular. Foi um dos atletas com mais partidas por um selecionado nacional: 176.

Ganhou três Copas da África, a última aos 40 anos. Conquistou 13 campeonatos egípcios e seis títulos africanos, pelos arquirrivais Al Ahly e Zamalek, além de uma infinidade de torneios no Oriente Médio.

Defendeu ainda clubes da Suíça, da Grécia e dos Emirados Árabes.

"É bem esclarecido, antenado com o futebol no mundo, a gente conversa muito. Ele vê jogos de todos os lugares", contou o preparador físico da seleção jordaniana, o brasileiro Manoel Barrionuevo.

O egípcio chegou em agosto para substituir o iraquiano Adnan Hamad. Está invicto após nove jogos, com quatro vitórias --contra Palestina, Líbia, Nigéria e Zâmbia-- e cinco empates.

Ele critica o trabalho do técnico americano Bob Bradley e a preparação da seleção do Egito, que foi goleada por Gana por 6 a 1 e precisa vencer por 5 a 0 em casa para se classificar para o Mundial após 24 anos.

Mas o ex-artilheiro possui divergências maiores em relação aos americanos. "Os Estados Unidos quiseram interferir em nossa politica, coisa que nós, os egípcios, não admitimos de forma nenhuma", afirmou.

PRIMAVERA ÁRABE

A crise política no Egito começou em 25 de janeiro de 2011, quando milhares de pessoas foram às ruas para exigir o fim do regime ditatorial de Hosni Mubarak, que durava 30 anos. A pressão popular teve resultado em 11 de fevereiro.

Um ano e meio depois, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, foi democraticamente eleito presidente, derrotando o general da reserva Ahmed Shafiq, último premiê de Mubarak. Mursi, entretanto, acabou deposto após um ano.

Hossam Hassan garante que não se colocou do lado dos presidentes. "Eu me manifestei e dei a minha contribuição política para o meu povo, nunca pensando em uma posição a favor ou contra Mubarak ou Mursi."

Ele se mostra satisfeito com a administração atual: "Estamos sendo governados pelos militares já há quatro meses, e vejo com bons olhos este governo. Sei que vai levar um tempo para tudo se normalizar."

*

Folha - Como você avalia as chances da Jordânia contra o Uruguai na repescagem das eliminatórias da Copa de 2014?
Hossam Hassan - Dificuldade, com certeza teremos. O mundo todo sabe que o Uruguai é o favorito, mas estamos nos preparando já há algum tempo, analisando a equipe do Uruguai. Esperamos ter um bom desempenho nesta duas partidas e, quem sabe, poderemos estar presente na Copa do Mundo do Brasil.

A seleção da Jordânia não está acostumada a enfrentar jogadores sul-americanos --conhecidos pela malícia e pelo improviso-- nem estrelas do futebol mundial, como Cavani, Suárez e Forlán. Você está realizando algum trabalhando em relação a estes aspectos?
Não estou preparando a minha equipe para jogar só contra estes três jogadores, e sim contra a equipe do Uruguai, que tem um grande time. Tenho que me preocupar com o coletivo, não só com o individual, sabemos que Cavani e Suárez, no momento, são os mais importantes atacantes do mundo, ao lado de Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, mas temos que pensar no Uruguai como um todo e, com certeza, vai ser uma difícil partida.

Você é o mais importante jogador da história do Egito. No Ocidente, foi noticiado que você participou do debate em torno da política do Egito e liderou marchas em apoio ao ex-presidente Hosni Mubarak em 2011. Isso realmente aconteceu? Como você avalia a chamada Primavera Árabe?
Politicamente falando, eu não dei apoio a Mubarak e sim pensei no povo do Egito, que está sofrendo muito neste momento. Mubarak fez um bom trabalho no país, mas, ao mesmo tempo, começou a cair a qualidade de vida do nosso povo e, simultaneamente, os Estados Unidos quiseram interferir em nossa politica, coisa que nós, os egípcios, não admitimos de forma nenhuma. Desta forma, eu me manifestei e dei a minha contribuição política para o meu povo, nunca pensando em uma posição a favor ou contra Mubarak ou [Mohamed] Mursi.
Estamos sendo governados pelos militares já há quatro meses, e vejo com bons olhos este governo. Sei que vai levar um tempo para tudo se normalizar, mas tenho esperança de que nosso povo possa viver em harmonia e com boa qualidade de vida.

As notícias aqui dizem que o cotidiano do Egito ainda está conturbado, que, no esporte, jogos de futebol têm sido disputados sem torcedores, que houve sucessivas interrupções nas competições. Quando a vida voltará ao normal no país, na sua avaliação?
O campeonato nacional vai voltar no próximo mês, tivemos só a Liga dos Campeões da África em andamento e não tivemos problema nem nesta competição. Ainda não foi definida a participação de público no campeonato nacional, mas, ao meu ver, penso que vai ser liberada a entrada dos torcedores, tendo em vista a presença mais ativa da polícia e a conscientização dos torcedores sobre a segurança.

Na sua opinião, os problemas políticos do país afetaram o desempenho da seleção egípcia nas eliminatórias da Copa de 2014?
Não vejo nenhum problema político em nossa seleção, mas vejo, sim, a dificuldade do treinador Bob Bradley em convocar os melhores jogadores da atualidade. Temos alguns jogadores mais qualificados jogando fora do país, como na Europa e no Oriente Médio, e estes principais jogadores não estão sendo relacionados. Desta forma, nossa equipe fica mais fraca e, ao mesmo tempo, os jogos amistosos feitos pela seleção são de baixa qualidade técnica e tática. Assim, a preparação fica prejudicada.

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