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Sucesso de Cristiano Ronaldo ofusca crise econômica em Portugal

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Ao grito de "aqui estou eu!", Cristiano Ronaldo ofuscou a grave crise econômica que assola seu país, ao marcar três gols na terça-feira, quando a seleção nacional venceu a Suécia por 3 a 2 e carimbou o passaporte para a Copa do Mundo no Brasil.

Os três poderosos ataques de Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, 28, terminaram em dois gols com a canhota e um com o pé direito, o suficiente para chamar a atenção dos telejornais portugueses que, em muitos casos, dedicaram mais de quinze minutos à proeza do atacante do Real Madrid, muito mais tempo que qualquer assunto político ou econômico.

A imagem mais repetida foi a comemoração do segundo gol, que acabou com a esperança de uma reação sueca. Ao receber o lançamento de Hugo Almeida, Ronaldo disparou como um puro sangue lusitano, ajeitou a bola com o joelho e fuzilou com o pé esquerdo para o gol de Isaksson.

"Aqui estou eu!", bradava Ronaldo, ao mesmo tempo que apontava seus dedos contra o próprio peito e desafiava parte da torcida sueca que o provocara. Uma auto-afirmação.

Jonathan Nackstrand/AFP
Cristiano Ronaldo festeja gol de Portugal em Solna, na Suécia
Cristiano Ronaldo festeja gol de Portugal em Solna, na Suécia

A imagem da raiva eufórica demonstrada pelo capitão da seleção serviu como sedativo para muitos portugueses que vivem, desde 2011, sob duras medidas de austeridade da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, em troca de resgate financeiro.

Nem a alta taxa de desemprego (15,6%), nem os cortes nos salários e pensões, ou as taxas mais altas em educação e saúde, prejudicaram o apoio à seleção. Prova disso foram as centenas de torcedores que foram ao aeroporto de Lisboa esta manhã receber os heróis do jogo contra a Suécia.

Em restaurantes e cafés no país, a seleção também era assunto inevitável. "Ganhamos como portugueses, com o sofrimento. Mas aí veio o Ronaldo," disse um garçom em um restaurante no centro da capital, antes de abrir um enorme sorriso.

O nome de Cristiano Ronaldo hoje é mais presente do que nunca e coloca-se como motivo maior de orgulho em uma cidade muito mais associada com resignação e sentimentos melancólicos, antagônicos aos que a estrela do Real Madrid desperta.

A controversa imitação do craque feita por Joseph Blatter, presidente da Fifa, há algumas semanas não fez nada senão motivá-lo. Ronaldo não parou de marcar gols e o episódio ajudou a criar um sentimento de solidariedade patriótica em torno dele até entre fãs mais céticos.

Em debates na TV, depois de ter esgotado os adjetivos para qualificar o ídolo, alguns fãs aventuraram-se a colocá-lo à frente do lendário Eusébio da Silva Ferreira, considerado o melhor jogador português de todos os tempos e que guiou Portugal ao terceiro lugar na Copa do Mundo de 1966.

A Bola de Ouro, prêmio que Ronaldo não vence desde 2008, é mais do que merecida. Mesmo para quem está acostumado com sua performance arrasadora no Real Madrid, o esplêndido momento que vive na seleção nacional é incomparável. Nos últimos quatro jogos, contra Irlanda do Norte, Israel e dois contra a Suécia, marcou incríveis sete gols.

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