A Odebrecht, construtora do Itaquerão, terá que apresentar uma série de documentos ao Ministério do Trabalho para que o uso dos guindastes possa ser retomado na obra assim como a reconstrução da área afetada pelo acidente.

Os pedidos dos auditores federais, feitos após a fiscalização anteontem, podem atrasar as obras no estádio em cerca de 15 dias, segundo avaliação do presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, Murilo Celso de Campos Pinheiro.

Na última quarta, dois operários morreram quando o guindaste que colocaria peça de cobertura na cobertura na área leste do estádio, tombou.

Com sete itens, o documento, obtido pela Folha, diz quais medidas devem ser tomadas para "eliminar o grave e iminente risco nas operações executadas pelos equipamentos de guindar presentes no canteiro de obras".

Acidente no Itaquerão

O documento pede comprovação de que peças foram reparadas, quais cargas serão transportadas e como os trabalhadores foram preparados para operar equipamentos, entre outros pontos.

O documento está assinado pelos auditores federais Antonio Pereira do Nascimento e Noé Dias Azevedo.

'EXIGENTE'

"A lista [de documentos] é bem exigente, mas não absurda. O prazo vai depender muito da Odebrecht e de quando eles vão apresentar o que foi pedido. Considerando nova fiscalização, diria que tudo isso pode levar 15 dias", afirma o engenheiro Pinheiro.

Ele analisou o termo de interdição a pedido da Folha.

"É um termo de interdição rigoroso. Mais do que se poderia esperar. Mas não foi pedido nada de outro mundo", diz Luiz Antonio Medeiros, superintendente regional do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo.

Segundo ele, representantes da Odebrecht serão convocados a comparecer ao ministério para dar explicações. A interdição apenas poderá ser encerrada após nova fiscalização dos auditores.

Por meio da assessoria de imprensa, a construtora informou que está providenciando os documentos solicitados e que serão entregues no menor prazo possível.