Discurso de Felipão sobre adversários é de cautela
O Grupo A está longe de ser da "morte", expressão usada para definir chaves equilibradas em torneios de futebol.
Mesmo assim o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, tratou de supervalorizar os adversários do Brasil na primeira fase da Copa do Mundo do ano que vem.
Para o treinador, a Croácia, 16ª no ranking da Fifa, é um time que joga bonito. Já enfrentar o México, 20°, se transformou em um clássico e é preciso ter cuidado com Camarões, 51° no ranking, que costuma surpreender.
"É uma sequência boa para nós. O futebol que a Croácia joga é muito parecido com o nosso. O time mexicano é muito técnico e Camarões tem sempre o fator surpresa. Precisamos ganhar os jogos, não adianta ficar escolhendo", completou Felipão.
A estreia brasileira será no dia 12 de junho, na abertura do Mundial, em São Paulo, contra a Croácia. O fato de jogar pela primeira vez justamente contra o rival europeu do grupo foi comemorado por Felipão. O técnico avalia que mexicanos e camaroneses terão uma adaptação menos traumática ao clima brasileiro.
"O Brasil não é só o favorito para ganhar a Copa, como também para vencer o Mundial. Somos um país pequeno que vai enfrentar o pentacampeão", disse Niko Kovac, técnico croata que estava em campo na abertura da Copa de 2006, na Alemanha, quando o Brasil venceu por 1 a 0.
O segundo jogo, no dia 17, contra o México, será em Fortaleza, mesmo palco em que as duas seleções se enfrentaram na Copa das Confederações, em junho deste ano, com vitória brasileira por 2 a 0, sem sustos.
"Naquele jogo [pela Copa das Confederações], nossa seleção sentiu o calor e a empolgação da torcida ao cantar o hino. Temos que acreditar no México, pensamos em fazer história", disse Miguel Herrera, treinador mexicano.
No dia 23, o confronto contra Camarões será em Brasília. Ao contrário de Herrera, o comandante do time africano, o alemão Volker Finke, admite que não conseguirá bater os brasileiros.
"Nossa briga é contra mexicanos e croatas. O futebol em Camarões está sendo reconstruído, não podemos pensar que vamos ganhar do Brasil como em 2000 [nos Jogos Olímpicos de Sidney, 2 a 1]", disse Finke.
FUTURO NA COPA
Luiz Felipe Scolari evitou projetar uma segunda fase (oitavas de final) contra Espanha ou Holanda. Caso se classifique, o Brasil cruzará contra um adversário do Grupo B, que tem as seleções finalistas da Copa de 2010 como protagonistas.
"Quem pensa nos outros, não pensa em sua casa", disse o brasileiro.
Do lado de lá, há lamentação. O técnico da Holanda, Louis Van Gaal, disse que cruzar com o Brasil logo no começo não estava nos planos.
"O nosso grupo é muito difícil. Se passarmos de fase ainda poderemos enfrentar o Brasil. Então, será muito duro", disse Van Gaal.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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