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Para Inglês Ver: Muita pompa, muita bobagem

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A IMPORTÂNCIA DOS UNIFORMES

O que é belo dura para sempre. E o engraçado é que o abominável também.

O uniforme do Zaire para a Copa do Mundo de 1974 será sempre lembrado como uma obra de arte, e a estampa de leopardo no meio da camisa faz dele uma preciosidade futebolística comparável à faixa que Sócrates usava para prender os cabelos, o gesso de Gary Lineker e a mala não aberta de Roy Keane [que na Copa de 2002 foi cortado da seleção irlandesa por indisciplina e mandado para casa]; pelo mesmo critério, ninguém consegue esquecer o uniforme que o goleiro mexicano Jorge Campos desenhou para ele mesmo na Copa dos Estados Unidos em 1994; Campos parecia ter chegado ao maior torneio de futebol do planeta direto de uma explosão em uma loja de tintas.

É bom que vocês saibam que o uniforme de Copa do Mundo favorito do Fiverão é o usado pela França em uma partida da primeira fase da Copa de 1978, contra a Hungria - um confronto que realmente serviu de teste ao suposto compromisso da Fifa de garantir que o futebol seja sempre igual em todos os níveis, da praça local às categorias profissionais: porque, como em inúmeras partidas de times infantis em todo o planeta, as duas equipes apareceram com o mesmo uniforme.

Já que Cristiano Ronaldo não é francês, ou húngaro, e nem tinha nascido, os dois lados não resolveram a disputa com um deles tirando a camisa; um adiamento foi evitado no último minuto quando uma equipe local, o Atlético Kimberley, ofereceu seus uniformes para a França. Assim, pela primeira e única vez em sua história, Les Bleus jogaram de camisa verde com listras brancas. E estavam ganhando por três a um quando suas mães os mandaram parar a partida porque era hora do chá.

O ponto dessa jornada pela História é que a aparência importa. E importa ainda mais para os colombianos, cuja esperança de causar impressão duradoura com seu desempenho em campo na sua primeira participação em uma Copa do Mundo em 16 anos foi abalada pela possível ausência do astro da equipe, o atacante Radamer Falcao. Assim, quando a Adidas revelou o novo uniforme da seleção colombiana, com muita pompa e muita bobagem, havia grande interesse em Bogotá por garantir que o novo e "exclusivo" design causasse orgulho ao país.

Mas os colombianos não gostaram muito ao descobrir que o fabricante havia decidido romper a tradição e produzir um uniforme todo em azul e amarelo, praticamente sem qualquer traço de vermelho; a Adidas agiu rapidamente para conter a raiva ao garantir à população que o uniforme reformulado é de fato profundamente colombiano, porque foi inspirado pelo sombrero vueltiao, famoso chapéu feito de cana que a tribo zenu, do norte da Colômbia, produziu por muitos séculos.

Boa história, está bem, mas os usuários colombianos do Twitter não puderam deixar de questionar que, se esse é o caso, por que o uniforme exclusivo se parece tanto com o da seleção equatoriana e, ainda mais alarmante, por que ele é praticamente idêntico ao do Dohuk Sport Club, uma equipe da primeira divisão iraquiana? Os torcedores, furiosos, disseram que era quase como se a Adidas tivesse decidido economizar tempo e dinheiro tomando o uniforme do Dohuk e costurando nele uma insígnia colombiana, na esperança de que ninguém percebesse.

Os dirigentes da Adidas, embaraçados, lançaram uma "investigação urgente", prometendo que resolveriam o caso da estranha coincidência. A Adidas confirmou que não patrocina e nem fornece uniformes ao Dohuk Sport Club e que "valorizamos nosso relacionamento com a Federação de Futebol Colombiana e tomaremos medidas para proteger nossa marca registrada e nosso design registrado, nacional e internacionalmente", afirmou a empresa em um comunicado, que talvez se pareça espantosamente com outro comunicado, feito por outra companhia em parte diferente do planeta.

FRASE DA SEMANA

"Não espero surpresas na equipe" - o técnico argentino Alejandro Sabella responde a questões sobre uma possível convocação para a Copa do Mundo do atacante Carlos Tevez, e com isso realmente irrita o Fiver. É claro que você não espera surpresas, Sabella; ninguém espera surpresas! Por isso é que elas são surpresas.

Além disso, quem escolhe o maldito time é você, e por isso a única maneira de ficar surpreso com qualquer convocação seria se você selecionasse nomes ao acaso na liste telefônica. Aliás, se fosse assim que a Argentina seleciona sua equipe, ela ainda assim terminaria com pelos dois atacantes de classe mundial.

FRASE DA SEMANA 2

"Temos o melhor jogador do mundo e também estamos jogando no pátio ao lado de nossa casa; o único problema é que aquela casa é propriedade da seleção cinco vezes campeã mundial" - Sabella compensa a insanidade da primeira citação com uma metáfora perceptiva.

NOTAS E NOVIDADES

Mr. Roy [Hodgson], o técnico da seleção inglesa, disse que não pedirá de joelhos a John Terry que ele jogue a copa. Ufa! "Para mim, aposentadoria é aposentadoria!", ladrou o treinador inglês, demonstrando sua habitual flexibilidade.

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Uma série de lesões de jogadores importantes levou o técnico da seleção australiana, Ange Postecoglou, a estudar possíveis substitutos para levar ao Brasil. O primeiro nome da lista? Harry Kewell, 35, é claro.

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Nem vamos falar de vencer, mas a Suíça talvez nem mesmo consiga colocar um time em campo em futuras copas do mundo depois que restrições à imigração foram aprovadas em referendo pelos eleitores do país. Michael Lang, Fabian Schär, Reto Ziegler e Steve von Bergen são os únicos quatro membros da atual seleção suíça que poderiam fazer parte do time caso as leis propostas estivessem em vigor no passado.

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Os dirigentes argelinos que passaram os últimos meses embaixo da sacada de Nabil Bentaleb cantando canções de amor foram recompensados quando o meio-campista do Tottenham, que defendeu a França nas categorias de base, lhes jogou um beijo e se declarou disposto a defender a Argélia na Copa do Mundo.

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Os dirigentes camaroneses são ainda melhores na sedução. Acabam de voltar da França declarando que cinco dos seis jogadores cuja adesão buscavam aceitaram se tornar Leões Indomáveis - entre os quais três integrantes da seleção sub-20 que conquistou a Copa do Mundo da categoria pela França, no ano passado - Samuel Umtiti (Lyon), Jean-Christophe Bahebeck (Valenciennes) e o sobrinho de Patrick Mboma, Axel Ngando (Auxerre).

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Os entusiastas do bufê da Associação de Futebol de Gana realizaram uma reunião com o governo para explicar por que precisam de uma verba de pelo menos 12 milhões de libras para preparar os Black Stars para a Copa do Mundo.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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