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Diretor da seleção alemã diz respeitar protestos, mas critica violência

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A seleção da Alemanha se preocupa com a imagem que terá para os brasileiros quando chegar ao país para disputar a Copa do Mundo, em junho.

Por isso que, quando foi informado, em dezembro, que os alemães se concentrariam para a Copa em um empreendimento privado, ainda em construção por empresários alemães, na Bahia, e que não estava inicialmente entre os indicados pelo Comitê Organizador Local como centro de treinamento oficial, a diretoria da federação se preocupou com a repercussão negativa que poderia gerar.

O Brasil não teria um local ideal para os alemães se hospedarem e treinarem?

Diretor de seleções da federação, o ex-jogador Oliver Bierhoff, com passagem pelo Milan e duas Copas do Mundo no currículo (1998 e 2002), esteve nesta semana em Florianópolis, representando o técnico Joachim Löw, que não viajou porque acompanhou partidas da Liga dos Campeões de potenciais convocados para o Mundial.

O ex-atacante explicou, em entrevista à Folha, como foi feita a escolha do CT. Também negou que a camisa rubro-negra seja uma jogada de marketing por ser parecida com a do Flamengo e disse que os alemães terão paciência com as possíveis manifestações que acontecerão durante o Mundial.

Markus Gilliar-25.mai.2013/Efe
Oliver Bierhoff (à esquerda) e o técnico Joachim Löw assistem a jogo da Liga dos Campeões da Europa
Oliver Bierhoff (à esquerda) e o técnico Joachim Löw assistem a jogo da Liga dos Campeões da Europa

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Folha - Por que a Alemanha escolheu o projeto de um CT particular na Bahia para a sua base na Copa do Mundo?
Oliver Bierhoff - Escolhemos um local perfeito se você olhar para os nossos jogos na fase de grupos. Vamos jogar em Salvador contra Portugal, em Fortaleza contra Gana e em Recife contra os EUA. Vamos enfrentar cerca de duas horas de voo, o que é suportável para a nossa equipe.

Pesou então diminuir a distância entre as viagens?
Nós vamos ter um voo de distância total de 5.600 km. A equipe dos EUA, por exemplo, tem um total de 14.500 km de distância de voo para os seus três jogos na fase de grupos [se concentrará em São Paulo]. Além disso, não vamos viajar para qualquer clima diferente. Então sim, eu acho que nós escolhemos um bom local para o acampamento. Nós confiamos nos responsáveis pelo projeto na Bahia, de que tudo estará pronto a tempo.

Você pode explicar quem está financiando a construção de CT para receber Alemanha na Bahia?
O Campo Bahia é construído por uma empresa, que depois quer vender o imóvel como casas de praia. Nós não somos o construtor, somos apenas o primeiro locatário. Contratualmente, a Fifa e o Grupo Hirmer [empresa alemã responsável pela obra] são parceiros, então o Campo Bahia faz parte do catálogo da Fifa.

Nenhum outro campo de treinamento visitado pelo técnico Joachim Löw agradou?
Viajamos ao Brasil várias vezes. Eu, pessoalmente, fiz cinco viagens por todo o Brasil, que me deu um grande entendimento para muitas decisões importantes, mas também foi uma aventura e grande experiência. Dada outra configuração [no sorteio dos grupos], teríamos decidido por um centro de treinamento ao lado de São Paulo, que se tinha reservado como uma opção com a Fifa [a escolha seria a cidade de Itu]. Após o sorteio final, sabendo onde iríamos jogar, Porto Seguro se tornou nossa opção [o hotel fica em Santa Cruz Cabrália, na região de Porto Seguro].

Como a Alemanha irá se preparar para o calor do Nordeste brasileiro, mesmo durante o inverno?
Não vamos reclamar, adivinhar ou dar desculpas. Nós vamos lidar com o que quer que as condições nos sejam apresentadas. Nossos jogadores estão ansiosos para competir no país número um do futebol mundial. Vamos chegar mais cedo, vamos estar no nosso acampamento em 8 de junho, por isso vamos ter tempo suficiente para se acostumar com o clima.

A Alemanha escolheu como cores para o segundo uniforme que usará na Copa as mesmas, o vermelho e o preto, do time mais popular do Brasil, o Flamengo. Foi uma estratégia de marketing?
Não, isso não é uma jogada de marketing. Eu admito que aprecio o fato de que a nossa camisa lembra o Flamengo. Eu gosto da ideia da Adidas, nosso parceiro.

O vermelho e preto então é uma novidade que já estava sendo analisada?
Os alemães adoram o futebol brasileiro. Nossa primeira camisa é branca, a camisa de visitante tem o preto como base. Preto e branco são as cores tradicionais da equipe nacional. Uma tarja vermelha no peito é o elemento visual comum para ambas camisetas. Vermelho significa ataque, para uma abordagem agressiva. Eu acho que não é nenhum segredo que pretendemos desempenhar um estilo de ataque para o futebol.

Peter Mueller-6.jun.1998/Reuters
Bierhoff comemora gol na Copa de 1998, contra a Iugoslávia
Bierhoff celebra gol na Copa de 1998, na França

Logo após o sorteio para a Copa do Mundo, a Alemanha criou anúncios de publicidade agradecendo poder vir ao Brasil para jogar a Copa do Mundo. Como a equipe alemã espera ser recebida no país?
O Brasil é uma grande nação do futebol e nos sentimos honrados em jogar um torneio como a Copa do Mundo aqui. Estamos ansiosos para conhecer muitas pessoas aqui e fazer amigos. Se os fãs do Brasil apoiarem a nossa equipe, será uma grande emoção. Mas sabemos muito bem que o apoio terminará quando enfrentarmos o Brasil em qualquer momento no torneio.

Há preocupação com os protestos sociais que devem acontecer durante a Copa do Mundo?
As pessoas têm certas necessidades básicas, para a educação, de assistência médica, por um transporte público acessível. Nós certamente compreendemos e respeitamos que as pessoas lutem para essas necessidades. Se estivermos presos em um engarrafamento por causa de uma tal demonstração dessa, então vamos lidar com isso.

A Alemanha teme pela segurança?
Eu acho que é vital que as pessoas protestem de forma pacífica. A violência não deve fazer parte do protesto. Quanto à nossa segurança, nós temos a maior confiança no que será feito pelos responsáveis.

Você considera a Alemanha favorita para ganhar a Copa do Mundo?
Temos uma equipe forte e vamos certamente dar o nosso melhor. Mas há muitas outras equipes muito fortes. Nenhuma mais do que o Brasil, que mostrou do que é capaz de realizar durante a Copa das Confederações de 2013. Argentina, Espanha e Itália parecem nunca sair da lista de favoritos. Mas, sim, vamos competir pelo título. E sabemos o que os outros podem fazer também.

Quem será o melhor jogador da Copa do Mundo?
Há tantos grandes nomes, e estamos ansiosos para ver o desempenho de todos. Quem será o top? Temos que esperar para ver.

Editoria de arte/Folhapress
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