Quando Wayne Rooney se acomoda para uma noitada diante do televisor, esticado no sofá ao lado da mulher, o que ele mais gosta é de assistir a filmes. O atacante se acomoda na sala de home theater e seleciona um título entre os DVDs de que mais gosta.

Hoje, talvez o escolhido seja "Grease", seu preferido, ou quem sabe algum outro dos musicais que ele ama - "Hairspray" ou o filme que ele certa vez admitiu ser seu terceiro favorito de todos os tempos: "Mudança de Hábito 2". O gosto cinematográfico do jogador certamente vai trombar com as inclinações mais sofisticadas e sutis de seu técnico na seleção inglesa.

Mr. Roy (Roy Hodgson) recentemente visitou o local de um dos jogos de seu time na Copa do Mundo, Manaus, onde parecia estar pedalando para trás como uma versão reversa de um vídeo de melhores momentos do ciclista Chris Froome [britânico nascido no Quênia que venceu a Volta da França de 2013], e ao mesmo tempo enfeitando sua conversa com nomes de diretores de cinema de arte, como qualquer pessoa comum faria.

	Bruno Kelly/Reuters
	Roy Hodgson, técnico da seleção inglesa, durante visita na Arena da Amazônia

Talvez você se lembre que Mr. Roy causou irritação ao prefeito de Manaus ao declarar que a cidade era um "lugar a evitar", pouco antes que o sorteio escalasse a Inglaterra para uma partida contra a Itália pelo Grupo D exatamente no local.

Depois disso, em vez de seguir seu próprio conselho, o treinador inglês partiu do Reino Unido para empreender uma entusiástica missão de pesquisa em Manaus (cuja temperatura no momento é da casa dos 30ºC).

A missão dele envolveu uma agradável viagem de barco à confluência dos rios Negro e Amazonas e declarações perceptivas como "eu não imaginava que a grama seria assim tão verde", depois de uma visita à Arena Amazônia, o estádio da cidade. Mas ele também está fazendo o melhor que pode para sugerir um distanciamento de gostos entre o técnico e o astro de seu ataque, o que indica que dificilmente os dois assistirão a um DVD juntos no quarto da concentração quando junho chegar.

"Sempre gostei da ideia de vir a Manaus por causa daquele famoso filme de Werner Herzog, muitos anos atrás", disse Mr. Roy a um repórter da Sky TV, que rapidamente mudou de assunto quando o tópico do novo cinema alemão e dos cineastas do grupo Oberhausen foi introduzido.

Para desgosto de Rooney -e talvez do repórter da Sky-, o filme mencionado por Mr. Roy não foi estrelado por Whoopi Goldberg e tampouco oferece sucessos cantáveis como "Summer Nights". O treinador estava falando de "Fitzcarraldo", que, embora se passe no Peru, foi filmado em parte em Manaus.

O filme relata a história de um ambicioso aspirante a barão da borracha e seus esforços para arrastar um barco a vapor por uma montanha, e não se sabe bem por que uma história sobre a determinação insensata de realizar o improvável, diante de provas cada vez mais claras de que a missão está fadada ao desastre, poderia atrair o técnico da seleção inglesa em um ano de Copa do Mundo.

Mr. Roy também reservou algum espaço em sua movimentada agenda para destacar que está em sintonia com os torcedores ingleses. Ele falou de sua preocupação com a segurança deles, depois da violência que marcou a Copa das Confederações do ano passado, mas em seguida acrescentou que tudo bem, porque a seleção estaria bem protegida.

Ainda assim, como homem muito bem informado sobre o tipo de atividade extracurricular que torcedores de seu país em geral realizam quando estão acompanhando a seleção, ele pelo menos recomendou alguns dos pontos altos de Manaus para o deleite deles: "A torcida vai gostar daqui -especialmente se tiver, como nós, um tempinho para visitar o teatro de ópera". Oh, Mr. Roy!

	Andy Rain - 19.nov.2013/Efe
	O treinador da Inglaterra, Roy Hodgson, aplaude seu time durante um amistoso contra a Alemanha

FRASE DA SEMANA

"Ele me desejou boa sorte. Mas não acho que tenha sido sincero"
O zagueiro alemão Jérôme Boateng revela o que seu irmão, o meio-campista ganense Kevin Prince, disse a ele quando as duas seleções se enfrentaram na Copa da África do Sul, em 2010.

NOTAS E NOVIDADES

No seu retorno ao futebol depois de uma ausência de quase dois anos, vindo do banco por cerca de dez minutos na partida entre o Atlético Paranaense e o The Strongest, o corpulento atacante Adriano mencionou sua ambição de conquistar vaga na seleção brasileira. "Eu estaria mentindo se dissesse que acho impossível voltar à seleção brasileira e jogar a Copa do Mundo", ele sonhou.

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Jérôme Valcke, um dos cartolas da Fifa, insiste em que as obras do estádio de Curitiba estão no prazo, a despeito dos temores anteriores de que ele não estivesse pronto em tempo para o torneio. "É uma corrida contra um prazo muito apertado", tuitou Valcke, mas sem acrescentar o hashtag #YOLO [você só vive uma vez]. Reginaldo Cordeiro, um dirigente da Copa em Curitiba, se declarou agradecido pelo "puxão de orelhas" de Valcke.

Enquanto isso, Valcke previu também uma Copa do Mundo "tranquila". O noticiário informa que a polícia usou cassetetes, gás lacrimogêneo e balas de borracha esta semana em Brasília, outra das cidades-sede da Copa do Mundo, contra os 15 mil manifestantes que marcharam do estádio Mané Garrincha ao Palácio do Planalto, a sede da presidência.

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Júlio César, reserva de Rob Green no Queens Park Rangers, assinou contrato com o Toronto, por empréstimo, na esperança de que isso melhore suas chances de representar o Brasil na Copa. "Contar com um jogador com a experiência e capacidade de Júlio César é um reforço para o nosso time", celebrou Tim Bezbatchenko, do Toronto, falando sobre, repito, o reserva de Rob Green.

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O chefe da arbitragem da Fifa expressou apoio ao árbitro sueco que vai à Copa do Mundo, Jonas Eriksson, depois que Manuel Pellegrini o acusou de "estar do lado do Barcelona" na partida entre os dois times pela Liga dos Campeões. "Uma completa bobagem", proferiu Jim Boyce -apesar de não ter oferecido a mesma consideração a Howard Webb.

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E o posto de garoto da água será mais literal no Brasil, depois que a Fifa anunciou que haverá paradas técnicas para hidratação nos jogos da Copa quando necessário, caso a temperatura seja alta demais. Um charlatão da Fifa declarou que "podemos oferecer toalhas molhadas aos jogadores, se preciso".

Tradução de PAULO MIGLIACCI