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Juca Kfouri: Bellini não brincava em serviço

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Ele imortalizou o gesto, até então jamais feito, de erguer a Taça Jules Rimet sobre a cabeça na primeira conquista de Copa do Mundo pela seleção brasileira.

Mais tarde explicou o ato como se para que os fotógrafos pudessem ter uma imagem limpa do troféu, o Santo Graal do futebol.

Então, na Suécia, em 1958, jogava pelo Vasco e ocupou como titular a zaga central do time que todos imaginavam que seria do clássico Mauro Ramos de Oliveira que, além do mais, defendia o São Paulo, time do técnico da CBD, Vicente Feola e do comandante daquela epopeia, o empresário Paulo Machado de Carvalho.

Hideraldo Luís Bellini, paulista de Itapira onde iniciou a carreira pelo Itapirense, morreu aos 83 anos, incapaz de lembrar seu papel eterno na história do futebol brasileiro, como o primeiro capitão do pentacampeonato.

Vigoroso como zagueiro, apesar de não brincar em serviço, se destacava pela lealdade dentro de campo e pela elegância fora dele.

Depois de defender por nove anos, entre 1952 e 1961, o esquadrão cruz-maltino, transferiu-se para o São Paulo, exatamente para substituir Mauro, de quem foi reserva na Copa do Mundo seguinte, no Chile, em 1962, para vê-lo repetir o gesto de erguer a taça com as duas mãos sobre a cabeça, como passou a ser habitual.

Deixa os filhos Carla e Júnior e a viúva Giselda e uma fileira de títulos ganhos pelo Vasco, nada menos que três campeonato cariocas, um Rio-São Paulo, além do bicampeonato mundial, duas Copas Roca, disputada com a Argentina, três Copas Oswaldo Cruz, contra o Paraguai e uma Bernardo O'Higgins, contra o Chile, todas nos anos 50 e 60, quando se dava grande importância a tais disputas.

Bellini encerrou sua carreira no Atlético Paranaense em 1969, quase aos 40 anos.

Vítima do Mal de Alzheimer nos últimos tempos, até cerca de três anos atrás era possível encontrá-lo, como se fizesse ponto no local, num posto de gasolina na esquina das ruas Conselheiro Brotero e Veiga Filho, em Higienópolis.

Então, muitas vezes respondia orgulhoso ao cumprimento dos passantes que o chamavam de "Capitão". Outras vezes já não se dava conta de que as homenagens eram dirigidas a ele, embora de postura sempre altiva, cabeça erguida e muito bem vestido.

O Capitão está imortalizado por um monumento na entrada do Maracanã, erguido em homenagem à conquista de 1958, e que passou a ser conhecido como "Estátua do Bellini", embora o rosto nela esculpido não seja o dele.

Local de encontro de torcedores, Bellini não poderia ser lembrado de maneira mais adequada porque se todos vêm do pó e ao pó voltam ele, que foi um zagueiro de pedra, como tal permanecerá para sempre.

Que Thiago Silva, capitão da seleção que buscará o hexacampeonato, lembre-se de Bellini ao imitar seu gesto no dia 13 de julho deste ano.

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