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Para Inglês Ver: Temos teto de vidro mas mesmo assim jogamos pedras

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Esta coluna -ouvindo samba de biquíni na Amazônia durante o Carnaval enquanto pratica capoeira, enche a pança na churrascaria e curte uma caipirinha- prossegue em sua missão de contar tudo sobre a Copa do Mundo do Brasil em 2014 confiante em que jamais apelou a estereótipos baratos para fazer humor.

O que nos autoriza firmemente a dedar a Fifa quando ela o faz. O órgão dirigente do futebol mundial, cuja dedicação à comédia o leva a ter um palhaço na presidência desde 1998, se viu recentemente forçado a pedir desculpas depois de veicular conselhos sobre viagens ao Brasil nos quais zombava dos costumes locais.

A Fifa alega que suas "10 dicas para evitar desentendimentos culturais" foram uma tentativa de fazer humor -o que uma vez mais coloca esta coluna em posição perfeita para criticar, já que nunca fizemos qualquer coisa do tipo-, mas acontece que certas pessoas sensíveis no Brasil objetam à inferência de que são impacientes, preguiçosas e desonesta.

"'Sim' quer dizer 'talvez',e por isso se alguém disser 'sim, pode deixar que eu ligo de volta', não espere que o telefone vá tocar nos próximos cinco minutos", a Fifa zombou em sua revista semanal, levando os leitores a rolar de rir.

Reprodução
Reprodução das dicas da Fifa para o estrangeiro que vai visitar o Brasil durante a Copa do Mundo
Reprodução das dicas da Fifa para o estrangeiro que vai visitar o Brasil durante a Copa do Mundo

Logo depois, os hospitais locais tiveram de reabastecer seus estoques de remédios para o estômago porque muita gente estava com a barriga doendo de tanto rir de piadas como "a pontualidade não é uma ciência exata no Brasil".

Outra das tiradas hilárias: "No Brasil, as coisas são feitas no último minuto e se há uma coisa que os turistas precisam lembrar acima de tudo é de não perder a paciência e manter o controle dos nervos".

Ainda que, pensando bem, na semana em que o Estádio Nacional de Brasília foi colocado de sobreaviso para o caso de outros estádios da Copa do Mundo não serem concluídos em tempo, esse talvez tenha sido um bom conselho.

Mesmo assim, a Fifa se declarou arrependida de sua tentativa de comédia. "O material era brincalhão e em nenhum momento pretendeu criticar o Brasil. O objetivo era mostrar os traços descontraídos do povo brasileiro", a organização tentou explicar -estereotipando os brasileiros uma vez mais, no processo.

"De qualquer forma, retiramos o conteúdo da internet e pedimos desculpas caso tenha sido interpretado como uma crítica ao país."

Porque isso aconteceu logo depois que a Adidas se viu forçada a recolher uma camiseta da Copa do Mundo que mostrava um coração que parecia um traseiro feminino e outra que dava a entender que as mulheres brasileiras são fáceis, parece que quase ninguém leva o país a sério.

Dados os protestos de alguns políticos brasileiros sobre esse tipo de tratamento, é claro que os clubes do futebol brasileiro jamais misturam $exo e futebol. O quê? Ah, bem, nesse caso... er... certamente ninguém vai apanhar o órgão oficial de turismo brasileiro fazendo algo de parecido com a Fifa e recorrendo a estereótipos como, por exemplo, brasileiros jogando futebol na praia para atrair turistas ao país. Né? Ops.

FRASE DA SEMANA
"Poderíamos ter usado melhor o tempo que tínhamos" - o ministro do Esporte brasileiro, Aldo Rebelo, aceita que os preparativos para a Copa do Mundo, que deixaram quatro estádios inacabados a três meses do início do torneio, não transcorreram perfeitamente.

NOTAS E NOVIDADES
Ronaldinho, a mais recente "sensação" do rap brasileiro, parece destinado a ficar de fora da seleção brasileira na Copa do Mundo, depois que o coordenador técnico da equipe, Carlos Alberto Parreira, alegou que lhe falta dedicação. "Não está claro que ele ainda tenha entusiasmo", resmungou Parreira, em um comentário que valeria para qualquer momento da carreira do jogador desde 2007.

Jorge Adorno/Reuters
O meia-atacante Ronaldinho tenta uma finalização durante uma partida do Atlético-MG
O meia-atacante Ronaldinho tenta uma finalização durante uma partida do Atlético-MG

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Os futebolistas da Nigéria poderão trazer suas mulheres ao Brasil com a seleção, mas não suas namoradas. "Em qualquer país civilizado, as mulheres sempre têm autorização para acompanhar os maridos à Copa do Mundo. Os jogadores casados dos Eagles [apelido da seleção] poderão viajar com suas mulheres, mas não teremos espaço para namoradas", explicou o treinador e tiozinho Stephen Keshi.

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$tevie Mbe, enquanto isso, encara o risco de ser considerado um selvagem na Nigéria ao decidir que sua mulher e três filhas não o acompanharão ao Brasil. "A última coisa que quero é ser arrastado para toda parte por três meninas pequenas", ele rugiu.

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O prefeito de Porto Alegre declarou que, a menos que alguém entre com mais dinheiro, o novo estádio da cidade não ficará pronto em tempo. "É fácil de compreender. Não há plano B", ele celebrou.

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E no departamento Visite o Brasil!: as forças armadas do país estacionarão tropas em diversas favelas do Rio de Janeiro durante a Copa do Mundo em uma tentativa de garantir a segurança em áreas atualmente controladas por quadrilhas de traficantes de drogas. "O Estado não vai recuar", bateu na mesa a presidente Dilma Rousseff.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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