Governo errou na comunicação sobre a Copa, diz ministro
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse nesta segunda-feira que o governo federal cometeu um "erro" ao não priorizar a comunicação com a população sobre os benefícios da Copa do Mundo. Ele afirmou que, como consequência, a oposição e a imprensa tentam transformar o evento em uma "tragédia".
Carvalho está em Porto Alegre hoje para participar de um debate com movimentos sociais sobre o legado do Mundial. O ministro é o principal interlocutor do governo Dilma Rousseff junto a essas entidades.
"[Nós] nos demos conta que cometemos um erro nesse processo todo ao não investir em um processo de comunicação. Deixamos de informar o cidadão sobre o que significa a Copa em sua inteireza", disse a jornalistas ao chegar ao evento.
Em discurso ao abrir o debate com os ativistas, mais tarde, o ministro afirmou que o governo "só pensa em trabalhar e esquece de se comunicar".
"Isso permitiu que, no geral, a grande imprensa e os setores que fazem oposição clara ao governo tentassem transformar a Copa em uma tragédia, com prejuízo ao povo brasileiro."
Ele disse ainda que os protestos devem ser "em cima de fatos reais" e não baseados em quem não quer "que a Copa dê certo". "Querem fazer da Copa uma forma de prejudicar a continuidade do nosso projeto", disse Carvalho, sem especificar a quem se referia.
ATRASOS
Sobre as obras para o Mundial, o ministro disse que, se parte delas não ficar pronta a tempo, "pouco importa". "O importante é que sejam entregues. Se não for em junho, que sejam em novembro, dezembro."
O ministro vai participar de encontros com os movimentos sociais nas 12 capitais que receberão os jogos, para receber reivindicações.
No evento, um representante do governo listou benefícios que a Copa deverá trazer para o país, como exposição internacional, geração de empregos e aumento do turismo. Também comparou os gastos na preparação do Mundial com os orçamentos de saúde e educação.
Após discursos de representantes do governo gaúcho e da Prefeitura de Porto Alegre, os líderes dos movimentos se manifestaram. Fizeram críticas, como à remoção de moradores para obras viárias, à possibilidade de aumento da exploração sexual durante o Mundial e à violência policial em manifestações.
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