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Para Inglês Ver: Selecionando a seleção

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As coisas parecem estar melhorando no Brasil. Ainda esta semana, a presidente do país, Dilma Rousseff, deve inaugurar o novo estádio Itaquerão, em São Paulo.

A festa continuará em Curitiba alguns dias mais tarde, quando a Arena da Baixada será inaugurada com a senhora Rousseff dando o pontapé inicial no gramado.

As celebrações significam que haverá um gramado, com uma edificação quase pronta em torno dele, e talvez até mesmo um banco de reservas e um vestiário. Hurra!

Mas a despeito do claro sucesso em entregar gramados, traves e linhas brancas, os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo vêm causando palpitação aos cartolas da Fifa, que parecem sentir que a determinação dos anfitriões de seguir um cronograma próprio, e não o de um bando de engravatados de outro continente, não é lá tão bacana.

Forçados a afastar a cara do bufê e a dar uma mãozinha aos primos sul-americanos, muitos dos gastrônomos da Fifa parecem apavorados diante da perspectiva de ter de contribuir com algum trabalho para o festival quadrienal que engordou seus cofres em US$ 631 milhões na África do Sul.

"O fato é que vivemos um inferno", lastimou o vice-cacique da Fifa, Jérôme Valcke, limpando traços de molho de salsicha do rosto e tentando localizar seu escritório, mesa, computador e telefone no vulcão oco que serve como quartel-general da Fifa em Zurique.

Mas a sirene do almoço tocou, e ele decidiu que podia muito bem aceitar qualquer que fosse o estádio que os brasileiros oferecessem. Afinal, a quarta-feira era dia de wagyu [raça de carne bovina], e ninguém gosta de comer burritos frios.

"Não estou dizendo que tudo estará pronto. Mas no que tange aos estádios... tendo reduzido nossas expectativas e nossas necessidades, teremos o necessário", ele celebrou, ao ruído de uma multidão correndo rumo ao refeitório.

Depois de seu sucesso em assustar a Fifa, o Brasil agora voltou suas atenções a perturbar o Liverpool, deixando Lucas Leiva e Philippe Coutinho fora da seleção para a Copa, talvez decidindo que a participação inoportuna deste último no jogo contra o Crystal Palace (o jogo estava três a zero quando ele entrou e acabou em três a três, deixando o time fora da disputa pelo título, 10 minutos mais tarde) era algo de que se pode prescindir.

Lucas Moura, Robinho e Kaká também terão a oportunidade de desfrutar de repouso na parada de meio do ano, enquanto Jô, tão querido no Manchester City e Everton, desfila pelos gramados em azul e dourado.

A seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2014 será a seguinte: Júlio César (Toronto FC), Jéfferson (Botafogo), Victor (Grêmio), Dani Alves (Barcelona), Maicon (Internazionale), Marcelo (Real Madrid), Maxwell (PSG), David Luiz (Chelsea), Thiago Silva (PSG), Dante (Bayern Munich), Henrique (Napoli), Luiz Gustavo (Wolfsburg), Paulinho (Tottenham), Ramires (Chelsea), Fernandinho (Manchester City), Oscar (Chelsea), Willian (Chelsea), Hernanes (Internazionale), Bernard (Shakhtar Donetsk), Fred (Fluminense), Neymar (Barcelona), Hulk (Zenit St Petersburg), Jô (Atlético Mineiro).

Os espectadores não demoraram a erguer as mãos aos céus e chorar amargamente diante de uma seleção desprovida de grandes talentos e incluindo defensores, volantes e David Luiz, e lastimaram a convocação de um Brasil tedioso -sem perceber que estão falando do mesmo Brasil tedioso que venceu a Copa das Confederações do ano passado com 17 dos 23 jogadores convocados na quarta-feira.

O mesmo Brasil tedioso e defensivo que venceu a Copa do Mundo de 1958 (sem sofrer gols até a semifinal), a Copa do Mundo de 1962 (com pontas como Mario Zagallo ajudando o meio de campo), a Copa do Mundo de 1994 (com os volantes Dunga e Mauro Silva) e a Copa do Mundo de 2002 (jogando em um 5-3-2 na final, com um meio de campo que incluía Gilberto Silva e, er, Kléberson).

O tedioso Brasil. Foi só a seleção da Copa de 1970 que conquistou a glória com um estilo irresponsável e completamente ofensivo, mas mesmo ela atuava com dois jogadores fixos no meio de campo, e com recuos de Pelé e Tostão para ajudar.

Assim, quando o treinador Felipão Scolari resmungou que "sabemos que nem todo mundo concordará com todos os nomes, isso é normal", estava na cara que não ligava a mínima para as queixas.

Porque ele sabe que só um idiota apostaria contra a cena de o seu time dançando pelo gramado do Maracanã, carregando a taça, quando chegar o 13 de julho, mesmo que os demais estádios desmoronem e que alguém engasgue de incredulidade com seus burritos de carne wagyu.

FRASE DA SEMANA
"Não creio que os ingleses enfrentem riscos maiores do que veem no Iraque e Afeganistão, onde recentemente perderam centenas de jovens soldados. Há um cemitério inglês em Recife, mas não acredito que sua população venha a crescer durante a Copa do Mundo"
O ministro dos Esportes brasileiro, Aldo Rebelo, decidiu que essas referências eram a melhor forma de convencer as pessoas de que a Copa do Mundo será segura. E há mais: "Os ingleses se acostumaram a temperaturas altas na era colonial -e na guerra do Iraque", ele propôs, em referência ao calor de Manaus.

Edson Silva-25.mar.2014/Folhapress
O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, durante uma entrevista
O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, durante uma entrevista

NOTAS E NOVIDADES
Um professor colombiano foi acusado de roubar figurinhas de seus alunos para completar seu álbum Panini da Copa do Mundo. "Não é um bom exemplo para os pequerruchos, roubar as figurinhas deles em benefício próprio", choramingou um pai zangado.

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Como um pai ansioso preocupado com deixar a casa aos cuidados do filho adolescente, o treinador italiano Cesar Prandelli disse a Mario Balotelli que não pode arriscar deixá-lo em casa quando partir para a Copa do Mundo. "Não garanto a vaga dele, mas não vou deixá-lo em casa", enrolou Prandelli, garantindo a vaga do jogador.

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Safet Susic, treinador da Bósnia e Herzegovina, delineou seus ambiciosos planos para a fase de grupos depois de convocar 24 jogadores de uma lista provisória que inclui Edin Dzeko e Asmir Begovic. "Vamos disputar o segundo lugar", ele disse, ambiciosamente.

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Ainda assim, ele pelo menos tem um plano mais tangível do que o do português Carlos Queiroz, treinador do Irã. "Algumas pessoas dizem que qualquer esperança de classificação para a segunda fase não é realista, mas somos todos livres para sonhar", ele declarou, depois de anunciar Ashkan Dejagah, do Fulham, e o atacante Reza Ghoochannejhad, do Charlton, entre os 28 convocados.

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Duas semanas antes de sua potencial convocação para a participação do time dos Socceroos na Copa do Mundo, Brett Holman, antigo meio-campista do Aston Villa, pendurou as chuteiras (selecionáveis) para... se concentrar em sua carreira no Al Nasr. "Minhas prioridades na vida são a família e meu foco daqui por diante será meu time, o Al Nasr", ele anunciou.

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Lucas Neill, 87, não consegui pular sem um empurrão e foi informado de que não fará parte dos Flamin' Socceroos, a despeito de ter aceitado um contrato de empréstimo com o Doncaster em parte para provar que continuava em forma. "Ele caiu lutando", disse o treinador da seleção australiana, Ange Postecoglou, talvez como indireta maldosa ao risco de queda do Doncaster.

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Mr. Roy [Hodgson, o treinador da Inglaterra], avisou que não quer seus jogadores se queixando de tédio na Copa do Mundo, como fizeram quatro anos atrás na África do Sul. "Isso é uma completa bobagem. Só uma daquelas desculpas tolas que as pessoas usam", ele ameaçou, se esquecendo completamente de censurar os fãs que gemem com um sentimento semelhante ao assistir seu time.

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Má notícia para os fãs de caras engraçadas: o zagueiro inglês Phil Jones é dúvida para a copa depois de sofrer um entorta-ombro na vitória do Manchester United contra o Hull City.

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Peter Odemwingie, astro da mídia social, foi incluído entre os pré-selecionados da Nigéria para a Copa do Mundo, em companhia de Mikel John Obi, Joseph Yobo, Victor Moses e Shola Ameobi.

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E cientistas desafiaram a Fifa a cumprir suas promessas ambientais anteriores à Copa, de proteger mil hectares do ecossistema em que vive o tatu-bola da caatinga, o animal que serve de modelo ao Fuleco, o mascote da copa. O Fiverão não é ecologista, mas o hábito do tatu de se enrodilhar em uma bola quando ameaçado pode não ser grande ajuda quando há um torneio de futebol na cidade.

* Tradução de PAULO MIGLIACCI

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