O meia-atacante Lucas estava concentrado com o Paris Saint-Germain, da França, no dia da convocação do técnico Luiz Felipe Scolari para a Copa do Mundo. Na expectativa, ele não quis assistir à divulgação da lista –preferiu esperar as ligações no seu celular para saber se as notícias seriam boas ou ruins.

"Eu ainda tinha esperança, mas, infelizmente, as notícias não foram muito boas. Fiquei triste, claro, só que procurei assimilar bem", disse o jogador nesta quinta-feira (22), após um evento contra a desnutrição infantil, no estúdio do cartunista Mauricio de Sousa, em São Paulo.

Ao se dar conta de que não poderia defender o Brasil no Mundial dentro de casa, ele não segurou as lágrimas. "Chorei depois de um tempo, quando a ficha caiu. Mas não baixei a cabeça, continuei trabalhando. Tudo tem seu tempo, sou jovem ainda".

Na semana seguinte, o jogador teve seu nome divulgado na lista dos sete suplentes que a CBF enviou à Fifa –Diego Cavalieri, Rafinha, Miranda, Filipe Luís, Lucas Leiva e Alan Kardec também foram convocados.

	Kenzo Triboullard - 19.abr.2014/AFP
	O meia-atacante Lucas (esq.), do Paris Saint-Germain, durante uma partida pela Copa da Liga da França

Embora reconheça que será difícil disputar a Copa, Lucas afirma que ficou feliz de estar entre os "reservas" e encarou isso como um "reconhecimento" de seu trabalho.

"Mas não me empolguei tanto assim, porque a gente sabe que quem irá jogar mesmo serão os 23. Estou torcendo pelos meus amigos. Se aparecer a oportunidade, estarei pronto, como sempre".

De férias do PSG, clube pelo qual foi campeão francês por antecipação nesta temporada, Lucas só pensa em curtir os amigos e a família aqui no Brasil, onde assistirá aos jogos do Mundial.

"Como todos os brasileiros, ficarei na torcida. Jogar uma Copa em seu próprio país é um presente, um privilégio. Espero que os jogadores entrem com o mesmo espírito que tivemos na Copa das Confederações".

BRASIL FORA DOS PLANOS

Adaptado à vida em Paris, cidade na qual mora com a mãe e com o padrasto, Lucas diz que, no momento, não pretende voltar ao Brasil.

"Isso não passa na minha cabeça agora. Estou muito feliz no PSG, jogando direto, dando assistências".

Fora do campo, o meia, que se define como "um cara muito tranquilo e caseiro", gosta de ver filmes, comer pipoca e fazer churrasco em casa. "Também gosto de ir à [Euro] Disney. Sou molecão".

Na última segunda-feira (19), o meia, de férias no Brasil, visitou o centro de treinamento do São Paulo, clube que o projetou para o futebol e "sua segunda casa", como ele mesmo diz.

"É um lugar onde eu me sinto muito bem. Quero voltar um dia, mas acabei de chegar na Europa, quero fazer minha carreira lá. Quem sabe daqui uns nove ou dez anos eu volte".

	Divulgação/saopaulofc.net
	Lucas fala com Rogério Ceni em visita ao CT da Barra Funda