A menos de duas semanas para a chegada da seleção portuguesa ao Brasil, o centro de treinamento que vai receber Cristiano Ronaldo e equipe ainda não tem uma sala de imprensa.

Com a presença do craque português, uma das principais estrelas da Copa, são esperados ao menos 400 jornalistas do mundo todo durante os treinamentos no CT da Ponte Preta.

As obras para a construção da estrutura, que será de lona em uma área de 1.200 m², começam nesta quinta-feira (29), segundo o Comitê Organizador de Campinas (a 93 km de São Paulo). O órgão garante que a sala ficará pronta antes da chegada dos portugueses.

Na quarta-feira (28), no entanto, operários ainda trabalhavam no asfaltamento do local que receberá a tenda provisória.

O comitê organizador diz que não está preocupado com o cronograma –e afirma que não há "plano B" caso a estrutura não fique pronta a tempo.

"A montagem total deve levar entre sete e dez dias", diz Alessandra Caprioli, diretora da secretaria de Turismo de Campinas e uma das responsáveis pelos preparativos da Copa. "Nosso prazo é 9 de junho, porque no dia 10 temos de entregar as credenciais."

O local contará também com espaço para entrevistas, área de uso comum, banheiros e infraestrutura básica, como energia elétrica, internet, ar-condicionado e televisores.

OUTRAS PENDÊNCIAS

Além da sala de imprensa, há diversas outras obras pendentes no centro de treinamento da Ponte Preta.

Entre elas estão a colocação das placas de isolamento visual e acústico em volta do CT, a instalação de uma ponte sobre um córrego que fica entre a área destinada à delegação portuguesa e aos jornalistas e melhorias nos gramados dos campos principal e auxiliar.

A organização afirma que não há problema quanto a isso. "Está tudo ok, em excelentes condições", afirma Oscar Sales Bueno Filho, mais conhecido como Dicá, ex-jogador da Ponte Preta e membro do comitê organizador local. "Até domingo vai estar em condições de a seleção portuguesa usar o local."

Duas empresas desembolsaram cerca de R$ 3 milhões nas obras do CT da Ponte e do estádio do Guarani, que receberá a seleção da Nigéria. Segundo os organizadores, o investimento foi feito em troca de visibilidade para as marcas.

SEM ALVARÁ

Há obras também no Brinco de Ouro da Princesa, estádio do Guarani, mas elas estão mais adiantadas. "No Guarani foi mais fácil, não teve tanta mudança", diz Dicá.

Apesar disso, a Nigéria corre o risco de não ter um treino aberto à população no estádio -uma exigência da Fifa e do COL (comitê organizador da Copa).

A atividade está marcada para 13 de junho, mas o Brinco de Ouro está desde janeiro sem o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), documento necessário para receber o público nas arquibancadas, e o Guarani não tem os R$ 270 mil necessários para fazer as adequações.

"A situação do Guarani é pública e notória. Não temos recursos", afirma Marcos Ortiz, superintendente-executivo do clube. "Não temos como arcar com esse gasto."

Diante do impasse, Guarani e prefeitura tentam negociar com os bombeiros um alvará provisório só para o treino aberto, para 4.000 pessoas -a capacidade do Brinco de Ouro é de 52 mil lugares.

"Se não conseguir a liberação, temos de buscar outros locais", diz Caprioli.

FIFA E COL

Procurada para se pronunciar sobre os centros de treinamento e treinos abertos em Campinas, a Fifa repassou os questionamentos ao COL.

Em nota, o comitê organizador informou que monitora as "adequações que vêm sendo realizadas". "Temos confiança nos cronogramas apresentados e de que os proprietários dessas instalações garantirão as melhores condições para as equipes."

Sobre os treinos abertos e o problema de documentação do Guarani, o comitê afirmou que "os locais serão divulgados em data oportuna".

Para a seleção portuguesa, estão previstos dois treinos abertos para 10 mil pessoas, nos dias 12 e 18, no estádio da Ponte, o Moisés Lucarelli.