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Em dia de trânsito caótico, torcedores sofrem para chegar ao Morumbi

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O amistoso entre Brasil e Sérvia já tinha começado no Morumbi, mas a concentração de pessoas com ingressos do lado de fora do estádio ainda era grande.

Muitos torcedores chegaram atrasados por causa do trânsito intenso na capital paulista, motivado pela chuva e pela greve no metrô.

O advogado Livan Pereira, 33, por exemplo, havia gastado 3h20 para ir de Atibaia, onde mora, ao estádio.

"Geralmente gasto 1h20 para fazer esse trajeto. Sabendo do trânsito caótico, até sai mais cedo de casa. Ainda assim não foi possível. Passei nervoso e perdi o hino nacional", disse Pereira.

O coordenador de eventos Adalberto Lima, 30, pediu ajuda à reportagem para localizar o portão de entrada do Morumbi –procurava pelo setor 6-laranja. E demonstrou incômodo com o atraso.

"Sai de Itaquera com meu carro e demorei mais de 2h20 para chegar. O entorno do estádio está muito tumultuado e a sinalização não é tão clara", disse Lima, ao lado da mulher e da filha.

A correria no entorno do estádio chamou a atenção dos ambulantes. "Esse público não está acostumado a vir em jogo", disse um deles que vendia uma "peruca do Neymar" por R$ 10.

Aos 10 min, quem estava fora do estádio ficou com a impressão que o Brasil havia aberto o placar. A correria aumentou, mas voluntários, que acompanhavam o jogo pelo rádio, tranquilizaram o público dando o placar –ainda zerado naquele momento.

Quem aproveitou a pressa dos torcedores foram os cambistas. A quantidade aumentou e os preços subiram. Um cambista tentava vender um par de ingressos para um casal por mais de R$ 800.

Às 16h08, muita gente ainda corria do lado de fora do Morumbi. Algumas mulheres tiraram o salto para correr ao começarem a ouvir os primeiros acordes do hino nacional.

A arquiteta Ana Claudia Cazzoli, 41, de Campinas (SP), era uma das que andavam rápido –conduzia os filhos, de 5 e 3 anos.

"É a primeira vez que os trago ao estádio, estou meio apavorada. E ainda estamos atrasados por causa do trânsito", disse ela, dez minutos antes da partida começar.

"Pai, não aguento mais caminhar", dizia Sophia, 7, ao pai, Walter Cavalcante, 47, descendo a ladeira da avenida Giovanni Gronchi rumo ao estádio.

Os dois e mais dez pessoas da família, todos moradores do Tatuapé, levaram 2h para chegar ao estádio, saindo dos arredores da estação Sé do metrô.

A demora não desanimou a caravana, com todos fantasiados e cantando no percurso do estacionamento ao local do jogo do Brasil.

"Tá lindo ver tanta criança. Futebol é alegria, festa. A insatisfação com a politica não pode interferir na alegria do futebol", disse o vendedor Cavalcante.

A mesma opinião compartilhava o humorista e apresentador Sergio Mallandro, na entrada do portão 17.

"Glu glu, roupa suja se lava em casa. Agora na hora da festa não dá pra ficar brigando. E os jogadores não podem ser culpados pelos problemas do país", afirmou Mallandro, vestido todo de preto –figurino que destoava do verde-amarelo da torcida. "Eu vim de moto um trecho pra fugir do trânsito. Não é protesto", explicou.

Quem protestava por causa do congestionamento era a a modelo e atriz Gabriela Tomilin, 23.

Enquanto a maioria das pessoas ouvidas pela Folha relatou ter levado entre 1h30 e 2h30 para chegar ao Morumbi, ela disse ter gastado 30 minutos. "Mas eu moro no Itaim [bairro próximo ao Morumbi]. Foi muito demorado", reclamava.

CONTRASTE

Duas horas antes do jogo começar, o clima fora do Morumbi era de festa e tranquilidade.

As pessoas consultadas pela reportagem nem sequer reclamaram da greve dos metroviários na capital paulista. A maioria dizia ter chegado em carros particulares ou táxis.

Foi o caso do analista financeiro Augusto Pinho Souza, 24, e da namorada Gisele Santos, 26, que conseguiram chegar ao Morumbi em 30 minutos, saindo do bairro da Lapa.

A única reclamação do casal foi com a falta de sinalização nos arredores do estádio e com a concentração de pessoas já no Morumbi, o que, segundo eles, dificultou estacionar.

José Paulo Jorge, 51, demorou 30 minutos do Brooklin até o Morumbi. "Para mim, o trânsito parecia o mesmo dos outros dias", disse o torcedor do Santos.

Mas até quem sofreu para chegar ao estádio aparentava tranquilidade. Severina Tenório, 45, acompanhada da filha Gabriela, 11, levou quatro horas para chegar ao estádio.

Severina saiu do centro de Osasco e utilizou dois ônibus. "Foi difícil, mas para ver o Neymar vale a pena. Minha filha quer muito vê-lo e eu já sabia que seria difícil", disse.

A menina, torcedora do Santos e de Neymar, estava inclusive com uma faixa declarando seu amor ao camisa 10 da seleção brasileira. Mas ela se frustrou na primeira tentativa. Ao avistar o ônibus da seleção, os vidros estavam fechados e não permitiam identificar quem estava dentro do veículo.

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