Há quatro anos no comando do Japão, o italiano Alberto Zaccheroni, 61, já acredita que sua seleção um dia será campeã mundial. E que não terá de esperar tanto tempo.

Treinador com passagem pelos três grandes clubes do calcio (Milan, Juventus e Inter), ele está impressionado com a disciplina, a capacidade de aprendizado e o ritmo de evolução dos orientais.

"Ainda não será agora, mas provavelmente não falta muito [para o Japão ser campeão mundial]. Só precisamos manter esse crescimento em um ritmo constante", disse Zaccheroni, em entrevista por e-mail, à Folha.

Os japoneses só estrearam em Copas do Mundo em 1998. Mas, desde então, não ficaram fora de uma única edição. Em 2002 e 2010, conseguiram passar pela primeira fase e pararam nas oitavas.

	Marcos Brindicci /Reuters
	O técnico do Japão, Alberto Zaccheroni, durante uma partida da sua seleção

Os títulos, inexistentes até 25 anos atrás, agora começaram a se tornar normais. Já são quatro Copas da Ásia, três delas apenas nos anos 2000.

Os jogadores japoneses, antes restritos à liga local e a uma ou outra aventura transcontinental, já ganharam o mundo e estão nas maiores competições da Europa.

Dos 23 convocados por Zaccheroni, 12 jogaram no exterior. E eles não estão restitos a times de segundo escalão.

Os meias Kagawa e Honda vestem as camisas de Manchester United e Milan, respectivamente. O lateral esquerdo Nagatomo é titular absoluto da Inter de Milão. O lateral direito Uchida joga no Schalke 04, da Alemanha.

"Jogar fora desenvolve a habilidade dos jogadores e lhes dá a chance de aprender algo diferente, ampliar seu conhecimento. Isso não vale só para o futebol, estou falando de todos os aspectos. O encontro com outras culturas te deixa mais forte, mais completo, mais confiante", afirmou o técnico da seleção.

Ante o entusiasmo de Zaccheroni com o crescimento do Japão, seu objetivo para o Mundial até que é modesto.

"Só queremos continuar surpreendo. Isso significa crescer como time. Essa sempre foi a minha missão, desde que eu fui contratado."

Os japoneses, que chegam hoje ao Brasil, caíram no Grupo C e não terão nenhum campeão mundial como adversários na primeira fase. A seleção vai treinar na cidade de Itu.

A estreia nipônica será contra a Costa do Marfim, no dia 14, em Recife. Colômbia e Grécia completam a chave.