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A pressão da história não nos ajuda nas Copas, diz técnico do México

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"Podemos fazer história na Copa do Mundo".

É nesta possibilidade que Miguel Herrera, 46, técnico da seleção mexicana desde outubro do ano passado, acredita.

Se dita por treinadores de alguns países, tal declaração poderia soar presunçosa. Mas, vindo de um treinador mexicano, o desejo tem um peso muito menor do que pode parecer.

Herrera, é claro, sonha em conquistar a taça. Mas, se chegar às quartas de final, a atual seleção mexicana, segunda adversário do Brasil neste Mundial, já terá ido mais longe que todas as suas antecessoras.

Com 15 aparições, o México é o quinto país que mais vezes disputou o Mundial, atrás de Brasil (20), Alemanha (18), Itália (18) e Argentina (16). Mas, como nunca passou da segunda fase, ostenta também a incômoda marca de maior perdedor da história das Copas, com 25 derrotas em 49 jogos disputados.

"A pressão da história não nos ajuda", avalia Herrera. "Algumas de nossas seleções, como a de 1994 e a de 2006, jogaram suficientemente bem para merecer a classificação, mas se perderam no nervosismo", afirma.

Em entrevista à Folha, "El Piojo" (O Piolho), como é conhecido dos tempos de jogador, por ser chato e criador de problemas em campo, conta um pouco da preparação de seu time para o torneio. Fala também da sorte de ter sido confirmado como técnico da equipe mexicana depois de comandar o time em apenas três jogos, de Neymar e da sensação dúbia, de azar e privilégio, por enfrentar o Brasil na casa do adversário.

LEIA ABAIXO A ENTREVISTA:

FOLHA - Até onde o México pode ir na Copa do Mundo
Miguel Herrera - Podemos fazer história na Copa do Mundo. A exigência da Federação Mexicana é para que consigamos chegar ao quinto jogo (quartas de final). Claro, sonhamos com uma final e acredito que podemos chegar lá, se nos concentrarmos. Mas, no mínimo, vamos trabalhar para chegar às quartas.

E por que você acha que o México sempre teve tanta dificuldade em passar das oitavas nas copas? Nas categorias de base, por exemplo, o México já conquistou mundiais.
A pressão da história não nos ajuda. Esse peso de não ter passado conta muito. As seleções de base não sofrem com isso. E a transição da base para os times adultos, às vezes, é cruel com alguns jogadores.

Por isso que, da equipe campeã mundial sub-17 em 2005, por exemplo, você só convocou dois jogadores (Giovani dos Santos e Moreno)?
Pois é. Nem todos conseguiram obter o mesmo sucesso entre os profissionais. Contra o Brasil, na Olimpíada (Londres-2012), ganhamos a final, por exemplo. Mas a equipe adulta perdeu na Copa dos Confederações, no ano passado. A pressão de um torneio adulto é totalmente diferente e os jovens nem sempre fazem a transição com a mesma qualidade.

Você vai enfrentar um jogador jovem, mas que parece não sentir tanto o peso. O que você pensa do Neymar?
É um grande jogador. Há uma enorme pressão sobre ele, mas de outro tipo. Ele é um jogador de primeira linha, mas, na Europa, é constantemente comprado a Messi e Cristiano Ronaldo, mais experientes. É um grande peso nos ombros dele e o Mundial pode ajudá-lo a ganhar mais experiência.

Dos 23 convocados por você, apenas oito atuam em ligas europeias, situação bem diferente de Brasil e Argentina, por exemplo. Há poucos bons mexicanos na Europa ou a Liga Mexicana é muito forte?
É uma questão bem ampla. A Liga Mexicana é, sim, muito forte e paga muito bem. Os jogadores não precisam ir à Europa. Isto, aliado à cultura do jogador mexicano, de jogar em seu país, não favorece as transferências. Os mexicanos, também, não recebem as mesmas ofertas de altos salários que brasileiros e argentinos. Então, ficam no México mesmo. Isso porém, tem mudado nos últimos anos.

Você foi o quarto técnico do México nas eliminatórias para a Copa. Dirigiu apenas três jogos e vai para o Mundial. O que você fez de diferente dos seus antecessores?
Eu venci a repescagem e conquistei a vaga (risos). A verdade é que foi isso mesmo. (Manuel) de La Torre, (Luis Fernando) Tena e (Luis) Vucevitch tiveram alguns problemas e falta de sorte, em 2013. Na repescagem, contra a Nova Zelândia, conquistei a vaga e a confiança da federação. Agora, já dirigi seis partidas e terei dez até o Mundial. Já é um bom número para chegar ao campeonato e saber em que níveis estamos.

Como técnico, você teve a sorte que não teve como jogador, não é? Como foi disputar as eliminatória para a Copa de 1994 e ficar fora do torneio?
Foi muito triste. Estava motivado, participei da preparação completa. Estar no campeonato como técnico não é a mesma coisa, mas diminui um pouco essa frustração.

Como vai ser enfrentar o Brasil em sua casa na Copa do Mundo?
Será, ao mesmo tempo, um privilégio e um problema. Os jogos do Brasil serão os mais vistos, são os jogos que todo mundo quer ver, estaremos em evidência. Mas, é claro, será um jogo difícil. O Brasil é o grande favorito ao título, sem nenhuma dúvida, e joga em sua casa.

Você acha que o México sentirá falta de Carlos Vela, que teve grande temporada na Europa? Por que você não o convocou?
Não posso sentir falta de um jogador que nunca fez parte do grupo. Eu queria chamá-lo. Estar fora da Copa foi uma decisão integralmente dele. Eu fui à Europa conversar com ele e ele não demonstrou interesse em disputar o Mundial conosco. Então, em vez de falar dele, prefiro exaltar os jogadores que estão no grupo e vão nos ajudar.

Você era conhecido por ser "chato" quando jogava, nervoso. Como fazer para ter jogadores disciplinados, já que você nem sempre foi um?
Digo a eles para não perderem a cabeça, como perdi muitas vezes (risos). Ser assim, nervoso, nunca me ajudou. E digo a eles que também não os ajudará.

A torcida mexicana é muito exigente e deve vir em peso para o Brasil. Houve muita desconfiança durante as eliminatórias. Como você acredita que os torcedores vão se portar durante a Copa?
Tenho certeza que vão estar conosco. O nosso torcedor é crítico, mas também é apaixonado. Certamente, teremos apoio total.

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