Uruguaios desembarcam em Fortaleza confiantes em 'novo Maracanazo'
A campanha do 'novo Maracanazo' vai começar com o pé direito em Fortaleza. Pelo menos é assim que pensam os torcedores uruguaios que têm desembarcado na capital cearense desde o início da semana.
O Uruguai joga contra a Costa Rica sábado (14) no Castelão, na abertura do grupo D –formado ainda por Itália e Inglaterra.
Otimistas, os sul-americanos falam em repetir o feito que os consagrou bicampeões do mundo há 64 anos, mas procuram não se mostrar presos apenas ao passado ou à tradição da camisa celeste.
"Temos um bom time neste ano. Luis Suárez e Cavani estão entre os melhores do mundo. Não temos um meio campo habilidoso, mas muito pegador e que dificulta o jogo", diz Gustavo Pelanda, 43, há 15 anos morando em Fortaleza.
Pelanda, que jogou futsal profissional pela seleção uruguaia na década de 1990, e hoje trabalha numa fábrica de chocolate que montou na cidade, tem servido de guia turístico para seus conterrâneos. Está abrigando quatro uruguaios em seu apartamento e conseguiu vagas para outros tantos em hotéis e albergues.
"Pelos grupos que participo na internet sobre excursão para o Brasil acho que serão pelo menos uns 10 mil uruguaios aqui em Fortaleza", diz.
Por coincidência, enquanto a reportagem entrevistava o torcedor na avenida Beira Mar nesta terça (10), um grupo formado por quatro uruguaios passou trajando a inconfundível camisa azul celeste.
"Sim, estamos vindo em peso. A campanha do novo Maracanazo vai começar por aqui", disse o estudante José Palhare, 23, um dos integrantes do grupo.
André Uzêda/Folhapress | ||
Gustavo Pelanda, uruguaio que mora há 15 anos em Fortaleza, beija escudo da seleção uruguaia |
"Viemos para reconquistar o Brasil. A Copa de 1950 ainda é trauma para vocês, brasileiros", afirmou Luis Perez, 26, que carregava uma bandeira do Nacional (equipe que rivaliza com o Penãrol como a principal do país).
ORGANIZAÇÃO
Sobre a organização do torneio, os torcedores uruguaios não pouparam críticas aos problemas de Fortaleza.
"Não quero ser alarmista, mas a Copa aqui foi um desastre. Os uruguaios que estão na minha casa se assustaram quando desembarcaram no aeroporto e viram a obra incompleta. Não acreditaram que estavam em uma sede da Copa do Mundo", diz Pelando.
A ampliação do aeroporto de Fortaleza tinha prazo de conclusão para dezembro de 2013, mas a obra não foi finalizada em tempo.
A Infraero, responsável pela obra, instalou tapumes em volta da obra inconclusa e montou uma estrutura temporária –que será desmontada no fim de julho– para dar conta do aumento no fluxo de passageiros.
"É uma pena ver um país com tantos recursos como o Brasil não conseguir finalizar suas obras. Acho que o país vai passar vergonha com isso", diz o uruguaio.
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'