"Apesar de você" é de 1970, ano do tricampeonato. Mas foi feita para você, ditadura militar.

Apesar de você, Chico Buarque, ter escorregado na saliva boboca do "Procure Saber", sua canção continua vivinha da silva.

Apesar de você, futebol, ser a religião do mundo, o Vaticano é a Fifa. Hoje é ela quem manda. Falou, tá falado. Não tem discussão.

Apesar de você, obra inacabada, foi linda a estreia do seleção no Itaquerão, com direito a vitória de virada.

Mas amanhã, Blatter, há de ser outro dia. Você vai se amargar vendo o dia raiar sem lhe pedir licença. Como vai proibir quando o #NãoVaiTerCopa insistir em lembrar: são U$ 250 milhões em impostos não recolhidos deste pais raquítico que você leva para a Suíça.

E pior lambança vai fazer no Quatar-2022. De repente, impunemente.

Apesar de você, presidente Dilma, ter inaugurado o metrô de Salvador para a Copa, ele não está pronto. Consumiu 14 anos, R$ 1 bilhão e apenas 4 km funcionando até agora.

Apesar de levar seu nome, nobre Garrincha, o estádio de Brasília é o mais caro e ineficiente do planeta. Desperdício é nosso mantra. Quando chegar o momento, todo esse sofrimento vai ser cobrado com juros, juro.

Apesar da paranoia generalizada, brasileiros invadiram o treino da Argentina para abraçar Messi. Eu pergunto a você, oposição rala, onde vai se esconder da enorme euforia dessa gente nova brotando sem parar?

Você que inventou a tristeza, escória que dirige o futebol brasileiro, ora tenha a fineza de desinventar. Você vai pagar é dobrado cada lágrima rolada no meu penar.

Apesar de você, Havelange, que inventou esse estado; e de você, Ricardo Teixeira, que inventou de inventar toda escuridão, amanhã há de ser outro dia.

E eu vou morrer de rir. Que esse dia há de vir antes do que muita gente pensa. #VaiBrasil