Sul-americano melhor colocado da última Copa, quando foi quarto colocado, o Uruguai estreia no Mundial brasileiro sem seu principal astro.

Apesar de todo esforço para recuperá-lo a tempo, o atacante Luis Suárez, 27, não estará entre os titulares na estreia da celeste olímpica diante da Costa Rica. A partida, válida pelo grupo D, será neste sábado (14), no Estádio do Castelão, em Fortaleza.

Artilheiro do Campeonato Inglês na última temporada, com 31 gols, Luizito sentiu o joelho esquerdo quando já treinava com o Uruguai, no fim de maio. Ele foi submetido a uma artroscopia e desde então sua recuperação tem sido cercada de expectativa.

Nesta sexta (13), em entrevista coletiva, o técnico Óscar Tabárez revelou que não pretende contar com o atacante na partida de estreia. Provocado por jornalistas a escalar o time que enfrenta os costa-riquenhos, Tabárez montou a linha de frente com Forlán e Cavani.

"Suárez ainda se recupera de uma lesão complicada. Ele está evoluindo e já está treinando normalmente com o grupo, mas temos que ter calma com ele. O time foi preparado para jogar sem ele", disse.

	Georgi Licovski/Efe
	Luis Suárez brinca com o companheiro Cristian Rodríguez no treino do Uruguai

Embora não admita publicamente, o técnico parece preocupado por não escalar seu principal jogador para a partida contra o adversário de menor tradição da chave. O grupo D, considerado o da morte, é formado ainda por Itália e Inglaterra, que se enfrentam também neste sábado na Arena Amazonas.

"Vemos a Costa Rica como um adversário difícil. E não costumo pensar nos outros adversários antes de dar o primeiro passo", afirmou Tabárez.

Na Copa da África do Sul, Suárez protagonizou uma cena que o consagrou no torneio. No último minuto das quartas de final contra Gana, ele usou as mãos para salvar uma bola que ia contra sua meta. Suárez foi expulso da partida, mas antes de sair de campo assistiu o atacante Gyan desperdiçar a penalidade. O jogo foi para pênaltis e a celeste acabou passando para as semifinais.

MARACANAZO

Apesar das incertezas que cercam seu principal jogador, os torcedores uruguaios não diminuem a empolgação no primeiro passo do que eles chamam de 'novo Maracanazo'.

Desde a última semana, as ruas de Fortaleza estão repletas de camisas da azul celeste.

"Viajei mais de 5.000 km para assistir este momento histórico. É a segunda Copa no Brasil e, pela história, não tem como descartar a importância da seleção uruguaia", contou o torcedor Adrian Zamora, 42, mecânico.

Tabárez, porém, adota um discurso mais sóbrio em relação ao fantasma de 1950.

"Esses fantasmas não existem. São criações publicitárias. Preferimos acreditar em coisas mais concretas e para tanto precisamos trabalhar bastante", declarou o técnico da celeste.