O chileno: "Chile volta ao Maracanã para pôr fim a uma história sombria"
O Chile está chegando ao Maracanã para concluir uma partida que deixou inacabada 25 anos atrás.
Na Copa do Mundo de 2014, a seleção chilena se reencontra com o grande estádio do Rio de Janeiro, onde, em 3 de setembro de 1989, protagonizou o ato de trapaça e mentira mais terrível do esporte chileno, no duelo contra a seleção brasileira que definia a classificação para a Copa da Itália em 1990.
Naquele dia, o então goleiro da Roja, Roberto Rojas, cortou-se propositalmente no supercílio esquerdo, tentando enganar todo o planeta de que teria sido atingido por um sinalizador jogado pelos torcedores brasileiros.
O que aconteceu depois é uma história conhecida: confissão da trapaça, exclusão perpétua de Rojas e a exclusão do Chile das eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos. Um episódio que tomara não se repita.
Esses antecedentes conferem à partida da quarta-feira (18/6) contra a Espanha um contexto especial. Não será um duelo qualquer porque, além de toda a sua carga histórica, ele também envolve o desejo da seleção chilena de começar a reescrever seu diário de sucessos esportivos.
Derrotar os atuais campeões mundiais significa garantir a passagem às oitavas de final e, além disso, tirar os espanhóis da Copa (a depender do resultado da partida entre Holanda e Austrália).
O Rio de Janeiro estará lotado de chilenos. Já está, há dias, na verdade, o que se pode ver caminhando por Copacabana ou Ipanema. A expectativa é de uma presença de pelo menos 20 mil torcedores da seleção de Jorge Sampaoli para a partida contra a equipe espanhola, que chega com a obrigação de conquistar os três pontos.
O técnico argentino preparou a Roja sul-americana para um desafio como esse. Afinal, a vitória sobre a Austrália era crucial, mas não servirá de nada se os chilenos não derem o passo seguinte, diante de Espanha e Holanda.
O Chile anuncia mudanças com relação à equipe que venceu por três a um em sua estreia no Grupo B. Jorge Valdivia sairá para a entrada de Francisco Silva, o que sinaliza uma mudança de esquema, algo que já era suposto desde Santiago.
A Roja sul-americana entrará em campo com uma linha de três zagueiros e um meio de campo no qual Arturo Vidal espera voltar a ser o jogador dominante, já sem medo da cirurgia de meniscos pela qual passou 41 dias atrás.
"É um sonho jogar no Maracanã. É hora de o Chile vencer", disse o "rei Arturo" antes do jogo.
Diferentemente do triste Maracanaço chileno de 1989, o mítico estádio brasileiro terá maioria de torcedores do Chile na quarta. Será a perfeita oportunidade de apagar a triste recordação do acontecido 25 anos atrás, e fechar o círculo desse capítulo sombrio. O Chile volta ao Maracanã para ganhar.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'