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Para Inglês Ver: Memórias do subterrâneo

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Ele acaba de conseguir um emprego no qual progresso significa simplesmente obter resultados melhores que os de David Moyes, e na semana passada comandou a equipe de seu país em uma surra monumental contra um adversário visto como uma das melhores seleções da história, mas Louis van Gaal não está feliz.

Não porque ele tema que os próximos adversários da Holanda possam cortar a onda de seu time -os rivais são os cangurus do futebol, afinal-, mas porque teme ter de assistir à destruição da Austrália do subsolo -e tudo por culpa dos imprudentes construtores de estádios brasileiros.

Gastar uma montanha de dinheiro para construir vastos palácios internacionais do esporte enquanto os cidadãos comuns do país têm ratos como professores e realizam suas cirurgias urgentes em oficinas de conserto de bicicletas, vá lá, a gente consegue entender, mas ignorar escolas e hospitais e usar uma montanha de dinheiro para construir vastos palácios internacionais do esporte nos quais os bancos de reservas ficam abaixo do nível do campo é realmente imperdoável.

Chen Jianli/Xinhua
O treinador holandês Louis van Gaal dá entrevista em Porto Alegre
O treinador holandês Louis van Gaal dá entrevista em Porto Alegre

"No meio do campo há um câmera que corta minha linha de visão, e a equipe técnica e estamos eu sentados ao nível do solo, porque eles não construíram um banco de reservas, mas um buraco de reservas", choramingou Van Gaal no estádio Beira-Rio, cenário da vitória da Holanda por quatro a zero nesta quarta-feira (18).

O holandês então explicou exatamente as dificuldades que isso causa. "Isso nos obriga a ficar em pé. Sou um técnico do tipo sentado, não do tipo em pé", ele soluçou.

Van Gaal depois brincou dizendo que talvez comprasse uma banqueta de bar, mas esta coluna preferiria que ele ficasse no banco subterrâneo -e usasse um periscópio.

Se isso não funcionar, uma cadeira de árbitro de tênis certamente seria mais útil do que uma banqueta de bar. Ou Van Gaal poderia acompanhar os acontecimentos sentado em um elefante.

Até onde sabe esta coluna nada nos regulamentos da Fifa proíbe treinadores de assistir aos jogos montados em elefantes -assim, caso Van Gaal decida não fazê-lo, será por culpa de seu conservadorismo.

O que nos leva a questionar: será que um caretão como ele tem o que é preciso para ser campeão mundial?

Na outra partida do Grupo B, nesta quarta, a Espanha tentará juntar os cacos da dignidade que perdeu na derrota de cinco a um diante dos holandeses.

Vicente del Bosque tem muitas decisões a tomar antes do encontro com o Chile, como por exemplo se deve manter a fé em Santo Iker Casillas e, diante da vulnerabilidade dos chilenos ao jogo aéreo, se seria falta de educação instruir seus jogadores a tentar alguns cruzamentos altos sobre a área.

É um assunto que o treinador terá de abordar com grande tato, mas Cesc Fàbregas, por exemplo, sugeriu que estaria preparado para abandonar os princípios em troca de tentar vencer, e ninguém esperaria menos do que isso de um jogador que acaba de assinar com o Chelsea.

"Não existe só uma forma de jogar", exclamou Fàbregas. "Jogamos com um estilo de toque e possa de bola, e de cuidado no posicionamento, mas existem momentos na vida, e este é um deles, nos quais é preciso atacar", acrescentou Fàbregas, repentinamente parecendo muito diferente de José Mourinho. "Temos de atacar, atacar, e marcar muitos gols".

FRASE DO DIA
"De vez em quando ele liga e dispara um rap -nem diz alô. Não vou dizer que ele é um Eminem, mas tem claramente talento"
O produtor Mike Chehadé discutindo "The Redux", o álbum de rap de estreia de Clint Dempsey, atacante dos USA! USA! USA!!! Entre as melhores rimas se destaca "Na hora do jogo olho feio e ninguém linch/a, entro em campo monstro como Marshawn Lynch".

NOTAS E NOVIDADES
A RTE se viu forçada a pedir desculpas quando Eamon Dunphy soltou um palavrão na cobertura de Brasil x. México. "Quando Neymar estava se preparando para cobrar aquele pênalti [contra a Croácia], parecia estar c...ando [ass. Editor de Palavrões desta coluna] de medo", resmungou Dunphy antes da partida. "Peço desculpas por isso, obviamente foi um erro", arregou o apresentador Bill O'Herlihy.

*

Felipão mandou tocar um samba funk carinhoso depois do empate sem gols entre sua seleção e o México. "Tenho uma pergunta para vocês", ele perguntou aos jornalistas reunidos. "Por que tanta negatividade?"

*

El Tri, enquanto isso, estava curtindo, depois da aula máster de Memo Ochoa sobre como manter o Brasil sob controle. "Não há goleiro na Copa do Mundo que tenha feito o que Ochoa fez contra o Brasil", comemorou o treinador mexicano Miguel Herrera. "Memo nos salvou".

*

Vahid Halilhodzic culpou a má forma física de sua Argélia pela derrota por 2 a 1 contra a Bélgica. "Tenho alguns jogadores que estão muito limitados", reclamou o treinador. "Cada jogador argelino precisa melhorar sua condição física em 30% a 50%".

*

Fabio Capello, técnico da Rússia, se contenta com pouco e diz que o empate de um a um com a Coreia do Sul foi "o melhor presente de aniversário que eu poderia ganhar".

*

E a situação é completamente rósea entre os alemães. "Os jogadores têm a tarde de folga", informou Jens Grittner, o porta-voz da seleção da Alemanha, ontem. "Podem fazer o que quiserem com suas mulheres e famílias. Só precisam estar de volta para o jantar do time às 19h".

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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