Um grupo de cerca de 60 pessoas com a camisa amarela, como a da seleção, recebia os torcedores no Terminal Corinthians-Itaquera, na zona leste de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (19).

O motivo não era futebolístico, mas sim religioso.

Seguidores da Igreja Batista Nova Vida, chamada de Ibanov, a 9 quilômetros do Itaquerão, estavam distribuindo panfletos para aqueles que desembarcavam para ver Uruguai x Inglaterra, às 16h.

Eles usavam uma camisa com um escudo semelhante ao da CBF no peito. A diferença é dentro do escudo com cinco estrelas está escrito Jesus e, em baixo, em vez de Brasil está Ibanov.

"Vamos distribuir 9.000 folhetos. A ideia é abordar os estrangeiros que estão por aqui, principalmente os que estiverem sozinhos", disse André Souza, 31, líder do grupo.

Havia até mesmo uma intérprete de espanhol, para os uruguaios, e inglês, para os britânicos. "Se der para tocar um coração, já valeu a pena", disse Luciene de Souza dos Santos, 27.

O grupo havia planejado a ação para o jogo de abertura entre Brasil e Croácia, no último dia 12, mas desistiu temendo manifestações e tumulto com o início da Copa.

Agora pensa em repetir a dose nos próximos quatro jogos que Itaquerão vai receber no Mundial.

Uma das meninas do grupo, Nicole Eduarda do Santos, 14, estava animada. Revelou à reportagem que havia até uma estratégia, bolada por conta dos inúmeros bloqueios ao redor do estádio.

Os seguidores da Igreja estavam se dividindo em grupos e circulariam em todo o entorno, respeitando o bloqueio, até o início do jogo. Depois tentariam ver a partida em algum local.

Estudante do primeiro ano do ensino médio, Nicole também comemorou a escolha do bairro de Itaquera como sede dos jogos na cidade de São Paulo.

"Foi uma benção. Melhorou tudo por aqui, valorizou nosso bairro e trouxe estrutura e outros benefícios como segurança. O mundo olha para Itaquera hoje", disse Nicole.