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O bósnio: Na Bósnia, o treinador Susic tem a chance de se tornar imortal

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Era setembro de 1979, e a Argentina, então campeã mundial, viajou ao estádio Marakana —o de Belgrado— para jogar um amistoso contra a Iugoslávia. O jogo tinha por objetivo ser um espetáculo, para alegrar a torcida, mas ninguém esperava o que aconteceu. Safet Susic, que tinha 24 anos na época e jogava pelo FK Sarajevo, realizou uma partida que no xadrez seria definida como "simultânea de exibição".

O jovem meio-campista, que já tinha marcado oito gols em nove partidas pela seleção iugoslava, destruiu a campeã mundial, marcando três gols, um mais bonito que o outro. Nascia um astro.

Os Bálcãs, a região geográfica do sudeste da Europa na qual hoje fica a Bósnia-Herzegóvina e antes da brutal guerra dos anos 1990 existia a Iugoslávia, são um lugar estranho e complexo.

A península está repleta de religiões, etnias e agora de um número crescente de países. Sempre foi considerada uma grande confusão, uma mistura de leste e oeste, das culturas ocidental e oriental, de cristianismo e islamismo. E sempre foi famosa por seus povos teimosos, orgulhosos e bem-sucedidos. Mas uma coisa que caracteriza os Bálcãs é que eles não reconhecem médias.

Não existe espaço para coisa alguma entre o melhor e o pior, para qualquer coisa entre o desespero e a euforia. Isso vale para todos os aspectos das vidas de seus moradores, e especialmente para o futebol. Ou você é o melhor ou o pior, e a estrada de zero a herói, e de volta, é mais curta lá do que em qualquer outra parte do planeta.

Safet Susic, o treinador da Bósnia, percorreu essa estrada e terminou se tornando lenda. Como jogador, garantiu seu lugar entre os ícones do futebol iugoslavo. Disputou três Copas do Mundo, marcando 21 gols em 55 partidas por seu país. Ao mesmo tempo, liderou o pequeno FK Sarajevo na conquista de um título nacional e fez o mesmo em Paris, onde se tornou uma lenda do Paris Saint-Germain. Em 2004, ele foi votado o maior jogador da história da Bósnia-Herzegóvina.

Mas hoje, nada disso tem valor, e Susic está ciente do fato.

Hoje ele é só Safet Susic, treinador de futebol, alguém que precisa se provar no maior dos palcos. Ainda que ele tenha sido o primeiro na história de seu país a classificar uma seleção para a Copa do Mundo, Susic e suas decisões foram e continuam a ser pesadamente criticados. Mas bastaria um bom jogo, uma boa decisão, para que ele pudesse subir de novo os degraus para o paraíso do futebol.

A Bósnia-Herzegóvina causou boa impressão na partida inicial contra a Argentina, mas não ganhou coisa alguma além de elogios. No entanto, os "Dragões" continuam em boa posição e o desempenho positivo contra a Argentina reforçou sua confiança.

Para eles, este jogo será o mais importante de sua história, uma partida para a eternidade, aquilo que uma final representa para os outros. Se a Bósnia derrotar a Nigéria e depois o Irã, chegará às oitavas de final, fazendo o que ninguém havia nem sonhado.

Essa é uma chance para que Safet Susic —o maior jogador da História de seu país— derrote as probabilidades e se torne também o maior treinador que os bósnios já tiveram. É uma chance de Susic se tornar imortal.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Editoria de Arte/Folhapress
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