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Espanha dá adeus aos seus reis, e volta a mirar apenas a monarquia

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A seleção de Iniesta, Xabi Alonso e Casillas se despede melancolicamente nesta segunda-feira (23), às 13h, na Arena da Baixada, em Curitiba, diante da também eliminada Austrália, da Copa do Mundo. Além de deixar o Brasil de mãos vazias, levam na bagagem a frustração de não conseguir aplacar as turbulências políticas e econômicas que seu país vem enfrentando desde 2008.

Naquele ano, enquanto a 'Roja', como é apelidada a seleção, ganhava sua primeira Eurocopa, iniciando um ciclo de favoritismo que para muitos terminou no "Maracanazo" da semana passada, a Espanha mergulhava em uma profunda crise econômica.

Desde então, com duas Eurocopas e um Mundial nas costas, a seleção vinha sendo essencial para equilibrar o humor dos espanhóis.

Em 2010, levaram a Copa da África do Sul um mês depois de o governo espanhol ter de recorrer a um resgate a seus bancos, após meses de pressão do mercado financeiro.

Em 2012, um dos mais duros em termos de austeridade e com a população em massa nas ruas contra cortes sociais, a equipe garantiu a Eurocopa mais uma vez.

Agora, e pela primeira vez desde 2008, a frustação em campo coincide com a turbulência polícia no país. Na última quinta-feira (19), um dia após a seleção perder para o Chile por 2 a 0 e ser eliminada em pleno Maracanã, o novo rei, Felipe 6º, foi coroado em substituição ao pai, Juan Carlos, que abdicou do trono diante de um declínio da popularidade da família real.

Em dezembro de 2013, a monarquia recebera cartão vermelho da população: pela primeira vez na história, mais da metade dos espanhóis disse não apoiar a monarquia, segundo pesquisa do jornal "El Mundo". E, em abril, em consulta do centro de estudos sociológicos do governo espanhol, a família real alcançou seu pior índice de popularidade. No início de junho, no dia em que o antigo rei anunciou a abdicação, milhares de pessoas foram às ruas e praças da Espanha pedindo um referendo sobre a instauração da República —atualmente, o país tem um regime de monarquia parlamentar.

Agora eliminados da Copa, o que diriam os espanhóis se pudessem escolher entre levar mais uma Copa do Mundo ou mudar o o sistema político do seu país? Futebol ou política?

"Já temos um rei novo, melhor ganhar o mundial, sem dúvida", disse o madrilenho Andrés González, 34, que foi ao Maracanã assistir à eliminação de sua seleção.

Após a derrota, Leonardo Sendra, 26, que também viajou da Espanha ao Brasil para acompanhar a Copa, votou pela "abdicação" do atual time.

Já para quem foi às ruas de Madri acompanhar a celebração do novo rei, Felipe 6º, a resposta era óbvia, até porque os republicanos estavam proibidos de se manifestarem publicamente. Ou seja, diante de uma escolha entre mais uma Copa do Mundo ou mudar de monarquia para república, a primeira opção prevaleceria entre os defensores da família real.

Enrolado na bandeira espanhola, José Vicente, 21, gargalhou quando a Folha o perguntou sobre o tema: "O mundial de futebol, claro". Não à toa, estava na frente do Palácio Real para ver de perto cenas da coroação do rei.

"A monarquia funciona, dá estabilidade. Sempre que tivemos república, vivenciamos crises políticas", disse. Mas se a escolha fosse outra, entre monarquia e Copa? "Monarquia, pelo amor de deus. Copa temos a cada quatro anos. Mudar o sistema político ficaria impossível depois", respondeu.

Assim como Vicente, Angel Ponce, 41, responde na lata à abordagem: optaria levar a Copa se tivesse de escolher entre o evento e a mudança para uma república. "Mundial, não tenho dúvida. A república, quem defende, não conhece a história e sua importância para o país".

Nascida na Colômbia, mas com cidadania espanhola há 12 anos, Laura Rivera, 40, não quer nem ouvir falar em república. "Eu votaria pela Copa do Mundo, facilmente. Me parece que as pessoas pró-república não entendem a necessidade histórica de um rei e uma rainha para a Espanha. Na Colômbia, não faria sentido a monarquia, por exemplo, porque não faz parte do contexto histórico do país. Mas na Espanha, sim".

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