Sem Eto'o, Camarões tenta salvar campanha atrapalhando o Brasil
A eliminada e desfalcada seleção de Camarões entra em campo nesta segunda-feira (23) contra o Brasil para tentar fazer história, ou pelo menos não fazer feio.
Com duas derrotas, Camarões tem a missão de melar a euforia brasileira no jogo de Brasília e evitar sua pior campanha em Copas.
Em 2010, o time perdeu as três partidas, mas conseguiu pelo menos fazer dois gols –algo que, se repetir o desempenho do início desta Copa, parece improvável contra a defesa brasileira.
Já eliminado, o time entra em campo sem seus dois melhores jogadores. Expulso na partida contra a Croácia, Alex Song, do Barcelona, está suspenso. Restou a ele pedir perdão.
Com dores no joelho direito, o atacante Samuel Eto'o começa no banco e, no máximo, joga alguns minutos.
Matematicamente, Camarões tem chances de fazer um jogo histórico e até eliminar a seleção brasileira. Para isso, é preciso vencer o Brasil, por qualquer placar, e Croácia e México empatarem.
Não mudaria nada para o time de Samuel Eto'o nesta Copa, mas certamente seria algo a ser lembrado na história do torneio.
Não por acaso, o discurso da seleção brasileira ao longo da semana passava destacava o gosto de "título" para Camarões numa improvável vitória.
Para o técnico alemão Volker Finke, a pressão da torcida brasileira pode atrapalhar o time de Neymar.
"Talvez seja mais difícil com essa pressão, porque eles têm que controlar a partida sem se arriscar muito. Infelizmente, não temos pressão e é por isso que para nós é realmente importante fazer uma boa partida", disse.
Vencer o Brasil, para o técnico de Camarões, é o caminho para melhorar a reputação do time.
"Já estamos desmobilizados, mas ninguém quer sair com uma impressão ruim. Queremos mostrar nossa cara e melhorar nossa reputação. Depois de perder a segunda partida, foi difícil nos mobilizar, mas ontem conseguimos. Hoje os jogadores realmente querem terminar a campanha com uma boa partida", disse.
MANIPULAÇÃO
Sem Eto'o e Song, o técnico disse que o time vai ter uma "partida decisiva". Finke se mostrou surpreso com as suspeitas levantadas pela Fifa de manipulação de resultado.
"Isso é um rumor, não ouvi falar e é a primeira vez que escuto falar disso. Conheço um pouco minha equipe e isso seria impossível", afirmou.
Na semana passada, o diretor de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, classificou a partida entre Brasil e Camarões como de alto risco em relação à manipulação de resultados.
A preocupação é exclusiva a uma possível suscetibilidade camaronesa em aceitar ofertas de apostadores ilegais interessado na fraude, e não envolve a CBF ou qualquer jogador brasileiro.
Segundo o dirigente, a possibilidade de armação de placares nesta partida "é mais alta do que no jogo de abertura ou na final da Copa", ainda que não exista nenhum indício concreto de fraude.
"Há maior vulnerabilidade porque é o último jogo do grupo, e não tem validade para um time", disse o cartola.
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