Reforçada, segurança do Maracanã enfim funciona
Com 900 homens a mais no policiamento e 282 torcedores a menos do que na partida entre Chile e Espanha, na quarta (18), a segurança no Maracanã e em seu entorno finalmente funcionou neste domingo (22), no jogo entre Rússia e Bélgica.
Bloqueios montados em um raio de até um quilômetro dos acessos ao estádio só permitiam que torcedores com ingressos e pessoal credenciado se aproximassem.
Isso impediu a aglomeração de torcedores sem ingressos perto dos portões de entrada, o que havia ocasionado invasões de argentinos e de chilenos nos dois jogos anteriores no Maracanã.
Uma segunda linha de policiais, perto dos portões, revistava bolsas e mochilas.
Para a partida, os bloqueios foram montados seis horas antes do jogo. Nas partidas anteriores, foram armados quatro horas antes.
Na área interna do estádio, próximo à entrada da imprensa invadida por torcedores, foram colocados PMs.
Na sala de imprensa, o túnel por onde os invasores chegaram ao gramado ganhou um portão gradeado, com dois seguranças na entrada.
Além dos reforços na segurança, contribuiu para a calmaria o fato de que seleções atraíram menos torcedores vindos de seus países que as equipes sul-americanas que as precederam no Maracanã.
Segundo a Fifa, 10.811 ingressos foram vendidos para russos e 8.865 para belgas –pouco perto dos cerca de 40 mil adquiridos por chilenos para o jogo contra a Espanha no dia 18, e dos 62 mil comprados por argentinos para a partida ante a Bósnia, dia 15.
Havia também grande presença de brasileiros, americanos e europeus de outras nacionalidades, o que contribuiu para desfazer qualquer clima de rivalidade.
Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança informou que o reforço no controle de acesso ao estádio foi feito a pedido do Comitê Organizador Local da Copa.
Fabio Brisolla/Folhapress | ||
Antes do início da partida, posto policial do Maracanã reúne torcedores que tiveram ingressos furtados |
FURTOS NO METRÔ
O problema de segurança se transferiu para o metrô, que levou 46.750 pessoas ao estádio.
Ao menos dez torcedores relataram furtos de ingressos dentro de trens e estações à unidade da Polícia Civil perto do Maracanã.
"Meu amigo estava com ingresso no bolso da bermuda, abotoado. Alguém roubou o tíquete quando estávamos no metrô. Com o vagão cheio, nem deu para perceber quem foi", disse o panamenho Dimas Cardenas, 35.
Procurado, o MetrôRio informou que sua equipe de segurança foi notificada de apenas um caso de furto, encaminhado à polícia.
De acordo com um policial civil, 20 ocorrências de furtos foram registradas até as 13h, horário do início da partida.
Treze cambistas e dez guardadores de carros foram detidos no entorno do estádio.
Três bares em ruas próximas ao Maracanã foram fechados por desrespeitarem a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menos de duas horas do início dos jogos.
FINAL EM 1950 TEVE 173 MIL PESSOAS
O Maracanã recebeu públicos que variaram de 19 mil a 173 mil espectadores, de acordo com o relatório oficial do Mundial.
A partida mais lotada foi entre Brasil e Uruguai, a última da Copa. Foram 173.850 presentes, ao menos oficialmente. Especula-se que houvesse mais de 200 mil naquele jogo –ontem, por exemplo, Bélgica x Rússia reuniu 73.819.
Na Copa de 1950, o menor público no estádio foi em Espanha x Inglaterra, visto por 19.790 pessoas.
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