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Pasquale: Com o coração 'azzurro' e celeste doendo, doendo, doendo...

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"Pobre de quem finca raízes em dois lugares: sofre duas vezes", dizia o grande Neruda, que, por ser diplomata, andou aqui e ali.

Nasci no Brasil, de pai e mãe italianos. Em casa, só se falava italiano, que, por conseguinte, é língua materna para mim, como o português. Morei e estudei na Itália. Por tudo isso, um pedaço do meu coração estava com a Azzurra ontem na bela Arena das Dunas, onde assisti ao jogo.

"Um pedaço do meu coração?" Como assim? Não devia ser o coração todo? Não, em se tratando do Uruguai, que visito assiduamente desde 1977.

Pela educação do seu discreto, formal e silencioso povo, pela beleza de Montevidéu, Colonia del Sacramento etc., o Uruguai é um dos meus refúgios. E, pela história da Celeste, pela garra com que os seus atletas vestem o glorioso manto, a seleção uruguaia ocupa sempre um pedaço do meu coração –metade dele no jogo de ontem.

Cantei inteiro o hino italiano; depois veio o do Uruguai, que também cantei inteiro. Ao meu lado, um estadunidense olhou-me um tanto incrédulo. "Você sabe os dois hinos?"

Quase lhe digo que, além desses dois, sei o nosso e o de Portugal, que, por razões diversas, são as minhas outras duas pátrias, embora eu me sinta como o grande Vinicius no pungente poema "Pátria Minha" ("Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho Pátria, eu semente que nasci do vento...").

Antes do morno embate de ontem (só na cabeça dos gênios da Fifa é possível jogar às 13h no Nordeste), Cesare Prandelli disse que "é difícil enfrentar uma seleção cujos atletas são mais patriotas do que os nossos".

De fato, para os celestes, sua histórica camisa é mais do que uma segunda pele; é a própria pele. Alguns levam tão a sério isso que tiram do plano metafórico a ideia de "morder". Não é preciso chegar a tanto.

Saí do estádio sem saber que gosto predominava em mim. Acho que ainda não sei, mas até sábado terei duas seleções na mente: a nossa e a Celeste. E todas as outras que jogarem bonito. É isso.

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