Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu

Na torcida pela Argentina, brasileiros cantam 'Maradona é maior que Pelé'

Marina Galeano/Folhapress
Integrantes de torcida da seleção argentina na capital paulista
Integrantes de torcida da seleção argentina na capital paulista
Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Vestidos com a camisa da Argentina, 15 torcedores grudam os olhos no telão de um bar na Vila Madalena e vibram a cada lance de Lionel Messi durante o jogo contra a Nigéria nesta quarta-feira (25). Quando a partida esfria, é hora de fazer barulho.

"A Messi lo vas a ver, la Copa nos va a traer. Maradona es mas grande que Pelé", cantam juntos, abraçados, soltando a voz para todo mundo ouvir. Torcedores comuns, exceto pelo fato de serem brasileiros.

"A gente não tem identificação com a seleção brasileira", explica Tiago da Rocha, 28, gerente de projetos e um dos administradores do "Hinchada Argentina - San Pablo-BR" -grupo fechado do Facebook, no qual 127 pessoas dividem a mesma paixão: a equipe nacional da Argentina.

"Os brasileiros jogam por dinheiro. Já os argentinos entram em campo por amor e raça", argumenta Tiago, que também torce para o Boca Juniors desde 1994, ano em que "começou a entender de futebol".

A turma se conheceu ainda nos tempos de Orkut e começou a se encontrar em bares para assistir às partidas da Argentina na Copa-2010. No último sábado (21), cerca de cem pessoas se reuniram com a missão de empurrar o time de Messi e companhia na vitória por 1 a 0 sobre o Irã.

Embora a paixão seja compartilhada, cada um ali conta uma história diferente para explicar por que trocou o Brasil pela Argentina no coração.

Julio Cesar de Lima Silva, 43, se lembra bem das circunstâncias em que se apaixonou: Copa de 1978. O motorista particular era criança e se encantou com as cores do uniforme argentino. Depois, foi fisgado pela garra dos jogadores, que levantaram a taça naquele ano.

"Eles têm amor pela camisa", explica Julio, torcedor do Vélez Sarsfield. "Sempre que o Vélez joga em São Paulo, vou na torcida do visitante."

Uma viagem a Buenos Aires aos sete anos de idade despertou em Diego Alvares, 26, o interesse pela cultura argentina. Começou a torcer para o Boca Juniors, seu único time até hoje.

"A seleção veio como consequência do amor pelo Boca", diz o estudante de medicina, que aposta que essa será a Copa de Messi. "A do Neymar fica para a próxima."

COLÔMBIA 5 A 0

Setembro de 1993, estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Dentro de casa, a Argentina perdia por 5 a 0 para a Colômbia nas eliminatórias da Copa-1994. Leonardo Pantaleone, 30, tinha dez anos e viu tudo pela TV. Curiosamente, foi naquela goleada que ele decidiu virar "argentino".

"Aquilo me marcou demais. Mesmo tomando de 5, parecia que o estádio ia desabar. A torcida não parava de cantar, e os jogadores não se entregavam de jeito nenhum", relembra o auxiliar administrativo, mostrando os pelos do braço arrepiados.

A última vez em que Leonardo Fernandes, 35, torceu para o Brasil foi na Copa de 2002. Depois, "pegou asco" pelo time. "Os atletas viraram estrelinhas, malas, pouco comprometidos com a seleção", opina o bancário.

O coração estava vazio em 2007, quando viajou a Buenos Aires em lua de mel. Recém-casado com Tatiana Fernandes, 36, decidiu levar a mulher para um programa "romântico": assistir a um jogo entre Boca Junior e Lanús, no estádio La Bombonera, na rodada final do Campeonato Argentino.

O Boca não tinha mais chances de ser campeão, mas os torcedores não se importavam. "A torcida era sensacional", recorda Leonardo, que voltou para o Brasil com "um novo amor" e já convencido de que Maradona "es mas grande que Pelé".

Marina Galeano/Folhapress
Tatiana e Leonardo Fernandes assistem a jogo da Argentina em bar na Vila Madalena
Tatiana e Leonardo Fernandes assistem a jogo da Argentina em bar na Vila Madalena
Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade

Siga a folha

Publicidade

+ Livraria

Livraria da Folha

Jogo Roubado
Brett Forrest
De:
Por:
Comprar
Festa Brasil (DVD)
Vários
De:
Por:
Comprar
The Yellow Book
Toriba Editora
De:
Por:
Comprar
Futebol Objeto das Ciências Humanas
Flávio de Campos (Org.), Daniela A.
De:
Por:
Comprar
Publicidade
Publicidade
Voltar ao topo da página