O atacante Luis Suárez deixou sozinho, por volta das 15h15 desta quinta-feira (26), o hotel onde a delegação uruguaia estava concentrada em Natal. Ele saiu em uma van, por uma porta lateral, confirmou um segurança à Folha.

Cerca de 45 minutos antes, todos os jogadores e a comissão técnica da Celeste haviam saído, no ônibus oficial, rumo à Base Aérea da capital potiguar de onde partiram para o Rio. No sábado (28), o Uruguai enfrenta a Colômbia pelas oitavas de final da Copa.

Como não pode continuar com a delegação uruguaia, Suárez vai voltar para Montevidéu. A informação foi confirmada à Folha por Edgardo "Minguta" Di Mayo, um dos mais antigos funcionários da Celeste.

Há aproximadamente 20 anos no cargo de roupeiro, Minguta foi quem deu um abraço longo em Suárez, emocionado, no corredor do hotel dos uruguaios em Natal, nesta quinta, quando os jogadores chegavam do treino.

A suspensão de nove partidas oficias do Uruguai e quatro meses de atividades ligadas ao futebol, aplicada nesta quinta-feira devido à mordida no ombro do italiano Giorgio Chiellini, impede que o atacante continue com seus companheiros de seleção.

Suárez, evidentemente, pode continuar no Brasil durante o Mundial. Mas já não pode mais ficar concentrado com o restante do time, frequentar o centro de treinamento uruguaio e nem os estádios da competição. Ou seja, Copa do Mundo para o astro uruguaio agora só existe via televisão.

Antes de partirem, os jogadores estiveram a manhã toda com Suárez. Sem contato direto com a imprensa, os atletas apenas confirmavam com sinal de positivo quando perguntados se Suárez e o restante da seleção estavam bem.

Cerca de 20 torcedores uruguaios também estiveram na porta do hotel. Eles cantaram, levaram bandeira e mensagens de apoio a "Lucho", como chamam Suárez. A cada jogador que passava pelos corredores rumo aos quartos, de onde era possível vê-los, havia gritos de incentivo, a maior parte pedindo garra e superação. Os torcedores consideraram injusta a punição imposta pela Fifa.

Até mesmo dois torcedores colombianos que estiveram no local, pela manhã, davam apoio a Suárez e consideravam a punição exagerada.

Assim como os outros jogadores, Suárez pôde ser visto ao menos três vezes no hotel. Eles chegaram do treino por volta das 11h15, almoçaram das 12h às 13h e, depois, deixaram o hotel. Todas as vezes passaram pelos corredores com as cabeças baixas e sem muitas palavras entre eles, mas sempre agradeciam aos torcedores com algum sinal positivo com as mãos. O zagueiro Lugano aplaudiu a torcida ao deixar o hotel.