'Não há provas', diz cartola uruguaio sobre mordida de Suárez
As imagens mostr ando o atacante uruguaio Luis Suárez mordendo o ombro do zagueiro italiano Giorgio Chiellini na partida de terça (24) não são suficientes, na avaliação do presidente da federação de futebol uruguaia, para punir o jogador.
"Não há provas", disse Walmir Valdez em rápida entrevista na porta do hotel Copacabana Palace, onde está hospedado e onde reuniu-se com o presidente da Fifa, Joseph Blatter.
Valdez pretendia apresentar ainda na quinta (26) um recurso contra a decisão do Comitê Disciplinar da Fifa, que puniu o jogador com a suspensão por nove jogos oficiais, mais quatro meses de afastamento de qualquer atividade ligada ao futebol, inclusive em seu clube, o Liverpool, da Inglaterra.
Para o presidente da Federação de Futebol do Uruguai, mesmo que Suárez tenha, de fato, mordido Chiellini, a sanção é "drástica e exagerada".
"Luis já cometeu horrores, todos nós sabemos, isso é público. Mas neste caso não é claro que ele fez o que se diz", disse.
Valdez queixou-se de uma suposta desigualdade no tratamento ao jogador uruguaio. "Já vimos nesta Copa situações similares nas quais não se agiu de forma tão severa", afirmou. Citou como exemplo a expulsão do jogador equatoriano Antonio Valencia na partida contra a França na quarta (25).
Ao ser perguntado se houve "situação similar" em algum jogo do Brasil, repetiu que houve "algumas outras jogadas", mas que a que tem mais fresca na memória é a do jogador equatoriano.
Na véspera, em entrevista em Natal, Lugano, capitão do time uruguaio referiu-se ao cartão amarelo que Neymar recebeu no jogo contra a Croácia. "O Neymar deu uma cotovelada no nariz", disse, dando a entender que o caso do brasileiro não recebeu a mesma atenção da Fifa.
Valdez disse que o Uruguai "não se sente perseguido, não está desconfiando das decisões da Fifa, mas sim que é possível comprovar que houve situações similares tratadas de forma diferente".
A um jornalista uruguaio que perguntou se o país não deveria deixar a Copa, Valdez respondeu: "Uma decisão dessa natureza implicaria em um retrocesso de muitos anos para o futebol uruguaio. Em um momento de emoção poderia passar pela cabeça algo assim, mas devemos usar a razão e não o coração".
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'