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Para Inglês Ver: O papo-furado de Capello cegou a todos

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Houve muitas celebrações maravilhosas nesta Copa do Mundo -o high-five fracassado de Robin van Persie e Louis van Gaal, a coreografia grupal da Colômbia e a incredulidade no rosto de John Brooks depois de marcar no finzinho o gol que deu aos USA! USA! USA!!! a vitória contra Gana-, mas nada se equiparou à exibição escancarada de pura alegria depois do empate com a Rússia que conduziu a Argélia às oitavas de final.

Trinta e dois anos de mágoa chegaram ao fim graças ao gol de Islam Slimani e a comemoração talvez tenha sido tão alucinada porque, misturada àquela alegria pura e escancarada, como uma calda de chocolate sobre o sorvete, estava a perspectiva daquilo que todo mundo, no fundo do coração sabe ser a única coisa melhor do que pura e escancarada alegria: a vingança.

O caso é que a Alemanha também está entre as 16 seleções das oitavas, e 32 anos atrás a Argélia foi completamente sacaneada por Die Mannschaft [termo em alemão para a seleção].

Tendo derrotado a seleção da Alemanha Ocidental em um dos grandes choques da fase de grupos da Copa de 1982, as raposas do deserto estavam esperando o resultado da partida final do grupo -Alemanha Ocidental vs. Áustria-, sabendo que um empate ou uma vitória austríaca bastariam para levar os argelinos às oitavas.

Em lugar disso, o resultado em Gijón -uma vitória de 1 a 0 para os alemães na qual, depois que o gol foi marcado, as duas equipes mostraram toda a agressividade de uma tigela de musli- convenientemente conduziu Alemanha Ocidental e Áustria à fase seguinte, eliminando os argelinos.

Foi uma tramoia. "Nós não esquecemos", rosnou o técnico argelino Vahid Halihodzic na noite de ontem. "Todo mundo está falando sobre Argélia vs. Alemanha em 1982".

Mas a campanha da Argélia na Copa do Mundo vão vem sendo só de alegria e deliciosa, deliciosa vingança. Também há amor."Há muito amor por este time", disse Halihodzic.

"Mesmo no Brasil. As pessoas aqui amam a nossa sinceridade e nossa força. Nosso comportamento também vem sendo irretocável. Tivemos apenas dois ou três cartões amarelos, em todos os nossos jogos. Existem times melhores do que nós, mas acho que conquistamos o direito a muito afeto em todo o mundo".

Enquanto a Argélia quer corrigir os erros do passado, para Fabio Capello a coisa não poderia se parecer mais com uma viagem no tempo se o Dr. Emmett Brown [o cientista de "De Volta para o Futuro"] fosse avistado no Brasil preocupado com problemas de urânio e tentando afixar um capacitor de fluxo na nuca do italiano.

Em 2010, a equipe inglesa comandada por Capello foi considerada como responsável pelo aumento na presença de público da Convenção Europeia de Assistir Tinta Secando e Grama Crescendo, e desta vez a seleção russa sob seu comando demonstrou a mesma vibração, criatividade e alegria de viver de Matthew Upson [zagueiro] e seus colegas quatro anos atrás.

Existe, é claro, uma diferença crucial, e seria perdoável que Capello sentisse saudade dos dias em que um empate contra a Argélia -mesmo no jogo mais tediosamente chato da história- bastaria para conduzir sua equipe à fase seguinte.

E, enquanto em 2010 o italiano podia acusar a falta de tecnologia que negou ao seu time um gol de empate contra a Alemanha em Bloemfontein, dessa vez ele gostaria de destruir todas as máquinas, desinventar o motor a vapor e acabar com a tecnologia.

"O sinalizador laser o cegou", disse Capello sobre o vacilo do goleiro Igor Akinfeev que permitiu o gol de Slimani. "Há imagens que mostram. Pode-se ver nas imagens de TV. Isso não é desculpa. É um fato. Havia um laser. Jamais recorri a desculpas para me justificar, em toda minha vida".

Ainda assim, ele pelo menos escapou de nova humilhação diante da equipe de Jogi Löw. Em lugar disso, a Argélia tem sua chance de vingança e, ainda que ela talvez não seja servida fria, o jogo na temperada Porto Alegre no mínimo fará com seja morninha.

Odd Andersen - 31.mai.2014/AFP
O técnico italiano Fabio Capello durante uma partida da seleção russa
O técnico italiano Fabio Capello durante uma partida da seleção russa

FRASE DO DIA
"A sanção da Fifa é vergonhosa, eles não têm sensibilidade quanto aos torcedores; seria a mesma coisa algemá-lo e prendê-lo na baía de Guantánamo. Suárez não matou ninguém, A punição é injusta, o ato de uma incrível máfia"
Diego Maradona, com uma camiseta "Luisito, estamos com você", coloca sua colher no assunto com o habitual comedimento.

NOTAS E NOVIDADES
Giorgio Chiellini decidiu oferecer a outra face e se pronunciou. "Dentro de mim não existem sentimentos de alegria, vingança ou raiva contra Suárez. Meu único pensamento está em Luis e sua família, porque eles enfrentarão um período de grande dificuldade", disse o italiano, sinceramente. "Sempre considerei que as intervenções disciplinares dos órgãos competentes são inapeláveis, mas ao mesmo tempo acredito que a fórmula proposta tenha sido excessiva".

*

Luke Shaw disse 33 com sucesso diante do médico do Manchester United e vai se unir ao time assim que 27 milhões de libras forem depositados nos cofres do Southampton.

*

O sinuoso Seamus Coleman assinou um novo contrato de cinco anos com o Everton. "Com o treinador e alguns dos jogadores que temos, vamos chegar aos lugares certos", celebrou o lateral direito irlandês, que mal pode esperar para sair de Leicester.

*

O problema muscular de Sergio Agüero vai deixá-lo fora da partida contra a Suíça mas não vai tirá-lo da Copa do Mundo. "Ele não vai estar pronto para o jogo contra a Suíça, mas acompanharemos sua evolução dia a dia", disse o doutor Daniel Martinez em tom darwinista.

*

E o Sr. 15% de Mario Balotelli disse que o bode expiatório italiano pode deixar o Milan. "Mario está triste, desesperado", buzinou Mino Raiola. "Só [Adriano] Galliani o defendeu, enquanto a federação italiana mantém completo silêncio".

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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