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'Bugueiro da Fifa' se decepciona com Copa em Natal mas ainda espera legado

Divulgação
Pepeu do Buggy em vídeo de divulgação da Fifa; veja
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"Quem vem para Natal quer fazer um passeio de buggy. É espetacular".

A afirmação é de Luciano Amaral, potiguar de 48 anos que, há 15, é o Pepeu do Buggy. Neste ano, ele passou a ser também o "bugueiro da Fifa", pois é Pepeu quem apresenta a cidade em vídeo oficial gravado para o site da entidade mostrando as belezas naturais de Natal.

A Copa, porém, não foi como os bugueiros esperavam. Aquele movimento frenético dos pequenos carros recheados de turistas indo em direção às dunas da região não aconteceu como de costume.

"Todos nós esperávamos mais. Foi o pior mês em 15 anos de trabalho. Duas semanas praticamente sem passeio. Porque o torcedor veio ver o jogo, sair para beber e fazer festa", explica Pepeu.

Um passeio de buggy, com ou sem emoção, pode durar até oito horas. Os mais pedidos custam R$ 300, duram de três a quatro horas e levam até quatro pessoas.

"Fiz só dois desses", diz o bugueiro. "Espero que, futuramente, a Copa possa ser boa para Natal, que a imagem da cidade tenha sido bem divulgada no exterior e esses turistas voltem. Mas, agora, não foi bom", afirma Pepeu.

O turismo move a cidade, mas a ABIHRN (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte) não fez uma avaliação positiva para a Copa também.

"Não foi obtida a meta de ocupação dos leitos para os quais os hotéis estavam preparados. Queríamos 80% e chegaram 70%", diz o presidente Habib Chalita.

Em Natal, são 28 mil leitos. "Por outro lado, os turistas internacionais saíram satisfeito com o que viram, com a qualidade dos serviços de hospedagem e com a hospitalidade potiguar, o que deixou uma imagem muito positiva. Ou seja, a longo prazo fico satisfeito com a perspectiva", explica Chalita.

A estimativa da cidade era receber cerca de 170 mil turistas nacionais e estrangeiros - a maioria foram de americanos, japoneses e uruguaios.

Segundo Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio do Rio Grande do Norte, a Copa foi extremamente positiva.

"Bares e restaurante, em geral, tiveram movimento acima da expectativa. O comércio também registrou um ótimo movimento, que só foi atrapalhado pela greve dos rodoviários", diz Queiroz.

A greve dos rodoviários deixou a cidade e os torcedores sem ônibus para se dirigirem ou para saírem da Arena das Dunas durante dois dos quatro jogos disputados na cidade. Nos dois últimos (Grécia x Japão e Itália x Uruguai), o sindicato da categoria obedeceu determinação judicial e colocou toda a frota para rodar normalmente.

Outro ponto negativo em Natal foi o recorde registrado com a precipitação de 350 milímetros de chuvas em 36 horas, que causaram alagamentos em vários pontos da cidade e obrigaram o município a decretar estado em emergência em função do deslizamento de terras registrado no bairro de Mãe Luiza, que deixou dezenas de famílias desabrigadas, sem água e sem energia elétrica também.

Mesmo assim, Virgínia Ferreira, titular da Secretaria Municipal de Planejamento, aprovou a Copa na cidade.

"Tivemos uma receita de R$ 320 milhões para a economia do Rio Grande do Norte, R$ 300 milhões em obras, turistas e imprensa nacionais e estrangeiros, gerando mais divisas e abrindo novos mercados emissores de turistas para cá", disse a secretária.

ARENA DAS DUNAS

O estádio da Copa em Natal volta a ser utilizado já no próximo dia 15, quando o América-RN recebe o Bragantino, em jogo do Campeonato Brasileiro da Série B.

O América-RN, atual campeão potiguar, pretende usar o estádio em todos os jogos da Série B e Copa do Brasil.

O time, assim como o ABC, tem contrato de cinco anos com a Arena das Dunas para utilização do local. O ABC, porém, está usando seu estádio próprio, o Frasqueirão, para mandar alguns jogos.

O Frasqueirão foi um dos centros de treinamento oficiais de Natal, recebeu investimentos e viu passar por ali italianos, uruguaios e mexicanos. Dirigentes do ABC dizem que o legado para o clube é grande, pois além das reformas e equipamentos que a Fifa deixou, nunca o nome do time foi tão exposto no Brasil e em todo o mundo.

Já a Arena das Dunas, inaugurada em janeiro, para 31 mil torcedores, ganhou mais 11 mil assentos provisórios para a Copa do Mundo.

Estas novas arquibancadas, aliás, só foram aprovadas pelos bombeiros antes do segundo jogo da Copa.

Agora a Arena das Dunas volta ao tamanho original. E precisará ser um local multiuso para se sustentar com show, feiras, grandes eventos. Pois a média de público no local foi de aproximadamente 6.000 espectadores com os dois times locais, que jogam a Série B atualmente. A final do Potiguar deste ano, por exemplo, ocupou pouco mais de metade do estádio, com 18 mil torcedores.

A construtora OAS, contratada por meio de uma parceria público-privada, investiu cerca de R$ 400 milhões e tem a concessão por 20 anos. Até dezembro de 2022, o estado pagará R$ 10 milhões ao mês para a empresa como contraprestação pública pela construção e administração do estádio. Depois o valor será reduzido e, no final, o Rio Grande do Norte pagará R$ 1 bilhão à OAS.

No entorno do estádio as obras -mobilidade e drenagem- ainda foram concluídas. Até 10 de julho a Prefeitura diz que será entregue o complexo viário ao redor da Arena das Dunas (duas passarelas e um túnel). Esta uma obra que a população elogia e diz que já melhorou muito o tráfego naquela região. Até o "bugueiro da Fifa" diz que o padrão ali agora é outro.

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