Suárez foi 'bode expiatório' e vamos jogar com 'rebeldia', diz Tabárez
O técnico do Uruguai, Óscar Tabárez, criticou nesta sexta-feira (27) a punição imposta ao atacante Luiz Suárez, afirmou que a Fifa usou o atleta como "bode expiatório" e disse que renunciará a cargos que ocupa na entidade. Às vésperas das oitavas de finais contra a Colômbia, neste sábado (28) no Maracanã, ele disse que a equipe está "ferida", mas que jogará com "força" e "rebeldia".
Tabárez leu um pronunciamento no que deveria ser uma coletiva de imprensa, praxe nas vésperas de jogos. Ele se recusou a responder perguntas dos jornalistas e só chegou à sala com 15 minutos de atraso –fato pouco comum nos protocolos da Fifa, o que provocou comentários de que ele se recusaria a participar do encontro oficial.
O uruguaio afirmou que a decisão da entidade teve "severidade excessiva" e que foi tomada "sob pressão midiática". Para Tabárez, o zagueiro italiano Chiellini também deveria ser punido, por ter reagida à mordida com uma cotovelada. Ele disse que a Fifa se omitiu ao não analisar casos de outros atletas que participaram de jogadas duras durante a Copa.
"Será imposta, a partir desse tipo de decisão severa e exagerada, essa sanção a todos os excesso e erros, agressões? Duvido muito. Porque neste torneio, antes e depois desse episódio Chiellini, foram vistas coisas que foram medidas com um critério muito diferente. Quando isso acontece, em primeiro lugar está a omissão, porque não se trata de todos os casos de transgressão, equívoco ou indisciplina produzidos. Isso leva a exageros. Não estou justificando nada, nem acho que seja seja o caso de não punir. Mas sempre, entre os seres humanos, deve ser dada uma oportunidade àquele que se equivoca", disse Tabárez.
O uruguaio afirmou que vai entregar o cargo que possui na comissão de estratégia da Fifa, por discordar da decisão. "Não é possível permanecer no quadro dessa organização com pessoas que têm valores e critérios muito distintos dos meus."
Tabarez afirmou à torcida uruguaia: "Estamos feridos, mas com uma força terrível e com muita rebeldia. Mais que nunca, para a partida de amanhã (sábado), vamos que vamos".
A Suárez, o comandante da Celeste, disse: "Saiba que não estará sozinho nessa caminhada"
Tabarez foi também evasivo em relação às supostas intenções da entidade com a punição. Disse apenas que a Copa sai prejudicada com a punição ao atleta.
"Com esse fato, quem ganha? Quem perde? Quem se beneficiou? Quem sai prejudicado? Quem saiu com o que queria? Não darei uma resposta contundente."
Após o pronunciamento, ele foi aplaudido pelos jornalistas uruguaios presentes no auditório do Maracanã. A equipe treina em São Januário, para poupar o gramado do estádio.
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'