Faltavam cinco minutos para o fim do tempo regulamentar de Brasil e Chile quando os primeiros gritos começaram a ser ouvidos no Maracanã, aberto mais cedo neste sábado (28) para que torcedores pudessem acompanhar a partida nos telões.

"Volveremos, volveremos/ volveremos otra vez/ Volveremos ser campeones/ Como la primera vez" (voltaremos, voltaremos/voltaremos outra vez/ voltaremos a ser campeões/ como na primeira vez"), cantavam os uruguaios, cuja seleção enfrentaria a Colômbia duas horas depois.

Os brasileiros emudeceram, como se no telão estivessem sendo exibidas as cenas do "Maracanazo", a derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950.

Alguns ainda tentaram ensaiar um "sou brasileiro, com muito orgulho", mas com pouco sucesso.

A tensão perdurou durante toda a prorrogação e cobrança de pênaltis. Vendedores ambulantes pararam de circular para assistir a partida.

Comissários, que têm como função ficar de olho no público, contorciam-se para dar uma olhada nos telões.

Na área das lanchonetes, vendedores pararam tudo para assistir os momentos finais. Podiam fazer isso, porque não havia um único cliente.

A cada cobrança de pênalti pelo Chile, a torcida no Maracanã vaiava como se pudesse ser ouvida em Belo Horizonte.

"Acho que sou a única chilena aqui, é melhor eu tirar essa bandana da cabeça", disse Gabriela Menzaron, 27, que acompanhava um grupo de amigos colombianos ao estádio e usava uma minibandeira de seu país cobrindo os cabelos.

O Comitê Organizador Local não informou quantos torcedores chegaram mais cedo ao estádio para assistir o jogo do Brasil nos telões.