Se o mundo fosse justo, a Nigéria deveria ganhar a Copa. Pelo menos é o que mostra o estudo de Dean Karlan, professor de economia da Universidade Yale.

Karlan e o pesquisador Nathan Barker calcularam qual país obteria o maior aumento no nível de felicidade agregada com uma vitória na final da Copa do Mundo.

Para isso, levaram em conta a paixão pelo futebol em cada país, a população e o nível médio de pobreza, avaliado pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

"Uma vitória na Copa levaria a uma euforia em massa na Nigéria", disse Karlan à Folha. "Trata-se de um país com uma enorme população, pessoas obcecadas por futebol e muita pobreza."

O Brasil aparece em segundo lugar no ranking. Por que só segundo? "Porque o Brasil tem um IDH mais elevado, não é um tão pobre como outros que estão na Copa", disse Nathan Barker.

Quanto mais pobre um país, mais ele tem a ganhar com a Copa.

"Se um país é mais rico, ele tem mais condições de se recuperar de uma derrota na Copa; para um país mais pobre, isso importa mais", explicou Barker.

O maior desafio foi medir a paixão por futebol. Os pesquisadores monitoraram buscas no Google e as compararam a outros esportes no país.

Nos EUA, por exemplo, o futebol responde por apenas 16% das buscas sobre esportes, enquanto na Colômbia a porcentagem é 85%.

Os africanos estão lá em cima no ranking de paixão pelo futebol: Argélia em primeiro, Gana em segundo, Nigéria em quarto e Costa do Marfim em sexto.

O Brasil fica em terceiro nesse quesito. A Austrália ficou em último lugar, e os EUA, em penúltimo.

Segundo Karlan, a ideia era fazer um índice que ajudasse pessoas que não estão torcendo para nenhum time a escolher um país.

Para isso, levaram em conta o princípio utilitário de qual vitória traria mais bem-estar para um número maior de pessoas.

Mas, como futebol não recompensa sempre os mais necessitados, muitos dos maiores "merecedores" de uma vitória já foram eliminados: Irã (5), Costa do Marfim (6), Gana (8), Camarões (10).

Quanto à Nigéria, ainda está na disputa, mas seria uma zebra –segundo o site de estatísticas da BloombergSports, a chance de a Nigéria ser campeã na Copa é de 1%.

	Editoria de Arte/Folhapress