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Seleções classificadas encaram dilema com início do Ramadã

Hassan Ammar - 17.jun.2014/Associated Press
Jogadores argelinos comemoram gol diante da Bélgica com ritual muçulmano
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"Não há nenhuma hipótese de eu participar neste ano. Estou aqui trabalhando."

O meia alemão Mesut Özil e todos os outros jogadores muçulmanos têm de enfrentar um dilema nesta fase final da Copa do Mundo de 2014.

Junto com as oitavas de final da competição, começou neste sábado (28) o Ramadã, o mês sagrado para os islâmicos.

Durante o período, que vai até o dia 27 de julho, os muçulmanos têm o compromisso religioso de não ingerir alimentos e nem mesmo água entre o nascer e o pôr do sol.

A alimentação e a hidratação só podem ser feitas durante a noite e a madrugada.

A chegada do Ramadã, justamente na fase mais decisiva da Copa, acendeu o sinal de alerta das seleções que têm jogadores muçulmanos.

E elas não são poucas. Das 16 classificadas para as oitavas de final, pelo menos seis contam com ao menos um praticante da religião.

Benzema, maior astro da França e um dos destaques do Mundial até o momento, é muçulmano. Assim como os alemães Özil e Khedira, o suíço Shaqiri, o belga Fellaini e o nigeriano Musa. Isso só para ficar nos mais famosos.

FRANCK FIFE - 20.jun.2014/ AFP
O atacante muçulmano Benzema, da França
O atacante muçulmano Benzema, da França

A possibilidade de os atletas jejuarem em pleno Mundial é tratada como tabu por alguns. O técnico da Argélia, seleção de maioria islâmica, Vahid Halilhodzic, irritou-se ao ser perguntado se os jogadores seguiriam o Ramadã.

"Não estou aqui para falar do Islã nem de qualquer coisa que não seja futebol."

Já o lateral direito Sagna não quis falar se irá adotar ou não o jejum. A França, seleção que defende, deu a cada jogador a opção se seguir ou não o regime especial.

Enquanto isso, a Suíça se antecipou e avisou que nenhum dos seus atletas muçulmanos irá respeitar o Ramadã. Pelo menos, não em 2014.

O assunto é polêmico. Em 2009, o técnico português José Mourinho comprou guerra com os muçulmanos ao afirmar que o ganense Muntari, então seu comandado, "estava sem energia" por estar jejuando no Ramadã.

"Fizemos um estudo sobre o desempenho de jogadores de Tunísia e Argélia durante este período e, se o Ramadã for seguido corretamente, não é esperada uma redução significativa do desempenho físico. Não é nada que nos preocupe", disse o chefe médico da Fifa, Jiri Dvorak.

Autoridades religiosas muçulmanas recomendam que quem se sentir impossibilitado de jejuar no período normal pode atrasar seu Ramadã. Ou, em casos extremos, até mesmo cancelá-lo.

Özil, por exemplo, avisou que não irá jejuar devido ao calor brasileiro. O volante Yaya Touré, da já eliminada Costa do Marfim, também iria abdicar do mês sagrado.

Mas nem todos lidam com essa quebra de tradição tão tranquilamente. Em 2010, o meia Ali Karimi, estrela do futebol iraniano, foi demitido do clube que defendia por não respeitar o período.

A Copa de 2014 é a primeira que coincide com o Ramadã em 28 anos. Em 1986, Marrocos foi a única das três seleções de maioria muçulmana a passar da primeira fase.

Os Jogos Olímpicos de Londres, dois anos atrás, também foram disputados durante o mês sagrado islâmico.

Na ocasião, a organização do evento ampliou o horário de funcionamento dos refeitórios para permitir que os atletas muçulmanos se alimentassem de madrugada.

Editoria de arte/Folhapress
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