Holanda frita o México em Fortaleza
Os mexicanos cozinharam os holandeses até dois minutos antes do fim do jogo. E daí os holandeses fritaram os mexicanos.
A melhor seleção da primeira fase virou de maneira espetacular, despachou o México para casa com um 2 a 1 em Fortaleza e avançou às quartas.
Depois de dominar a partida, o México saiu de campo com seu estigma mais reforçado ainda: jogou como nunca e perdeu como sempre. E desta vez o time teve vários fatores a seu favor para vencer.
Um desses fatores foi o calor, personagem central da partida. O termômetro marcava 29 graus Celsius, a meteorologia indicava sensação térmica de 31 graus, os holandeses pediam água na beira do gramado, a torcida se escondia na sombra, abrindo clarões na arquibancada.
Outro fator foi a torcida mexicana, que cantou o jogo inteiro e desbotou o laranja holandês no Castelão.
Difícil não registrar também o papel do juiz português Pedro Proença. Atrapalhou seguidos lances por estar na trajetória da bola e dos jogadores. Interrompeu o jogo para a parada técnica quando a Holanda rodava a bola no ataque –e os mexicanos não a devolveram depois, o que motivou protesto de Robben. Deixou de marcar um duplo pênalti em Robben, quando o atacante invadiu a área e foi primeiro chutado na canela por Rafael Márquez, depois derrubado por Moreno, que acabou se contundido no lance e deixou o jogo.
Outro fator foi o goleiro Ochoa, que novamente brilhou, salvando duas bolas cruciais quando seu time vencia por 1 a 0 e foi eleito o melhor em campo.
Também era visível a dificuldade dos holandeses para ficar em pé no segundo tempo, escorregando no gramado molhado e no próprio cansaço.
O fator sorte também estava do lado do México. Logo no início do jogo a Holanda perdeu De Jong, contundido. O técnico Van Gaal fez o que tinha dito que não queria fazer: colocou em campo o zagueiro Bruno Martins Indi, que se recupera do traumatismo que sofreu no jogo com a Austrália.
Mas a Holanda tem um fator chamado Robben, para muitos o melhor jogador desta Copa até agora. Foi ele que chamou a bola depois que os mexicanos saíram na frente, num chute de fora da área de Giovani dos Santos no início do segundo tempo.
Passou a criar seguidas chances pela esquerda, conseguindo escanteios. Foi no rebote de um deles que Sneijder –o algoz do Brasil em 2010– marcou, a dois minutos do fim do tempo regulamentar.
A placa de seis minutos de acréscimos sinalizou para os holandeses uma chance de matar o jogo. Robben não perdeu a deixa: invadiu a área pela direita e foi derrubado por Rafael Márquez, e dessa vez o juiz marcou. Huntelaar, que não havia entrado em campo nesta Copa, bateu e matou o jogo.
A Holanda vai jogar as quartas de final em Salvador, no sábado (5), contra a Costa Rica, que derrotou a Grécia nos pênaltis por 5 a 4 após empate no tempo normal e prorrogação por 1 a 1.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'