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Sabella, o peronista, tenta vitória 40 anos após morte do ex-presidente

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Alejandro Sabella, aos 20 anos, começava a carreira profissional no River Plate quando ouviu sobre a morte do presidente argentino Juan Domingo Perón.

Lembra de se juntar às milhares de pessoas na Plaza de Mayo, no centro de Buenos Aires, gritando:

"Se siente, se siente. Perón esta presente".

Perón morreu em 1º de julho de 1974. O peronismo é a corrente política nascida com o ex-militar e que ainda domina o imaginário argentino, principalmente, mas não apenas na política.

Exatos 40 anos depois, Sabella tenta levar a Argentina para as quartas de final da Copa do Mundo com uma vitória sobre a Suíça, no Itaquerão.

Daniel Marenco/Folhapress
Messi e o técnico Alejandro Sabella durante treino da seleção da Argentina no Maracanã
Messi e o técnico Alejandro Sabella durante treino da seleção da Argentina no Maracanã

O treinador não fala rotineiramente sobre o assunto. Mas quando questionado, se autoproclama peronista. Defende a ideologia que a atual presidente, Cristina Kirchner, tenta ser herdeira.

"Sempre fui peronista. Lembro que em 1973 havia uma cultura popular pedindo a volta de Perón com pichações em muros", afirma.

Naquele ano, o líder que havia passado 18 anos no exílio voltou ao país para ser eleito presidente pela terceira vez. Morreu durante o mandato. Para não passar preso a uma imagem do passado, Sabella prefere se definir como um "peronista progressista".

"Eu sei que nessa época passei a ter necessidade de estar sempre ao lado da solidariedade e da distribuição de riqueza, por uma sociedade mais justa, mais igualitária, onde todoos possamos ter as mesmas possibilidades", disse, em entrevista no ano passado à revista "La Garganta Poderosa", que trata da "cultura das favelas" na Argentina.

Não é uma posição muito comum no futebol, onde a preferência é por não se posicionar publicamente sobre questões que não sejam esportivas.

Sabella também apoia o atual governo federal e se posiciona em questão que divide a Argentina. A crise econômica faz crescer a oposição a Cristina Kirchner, que não se furta a medidas populistas como congelamentos de preços, nacionalização de empresas e cotas para compras de dólar para tentar debelar a inflação.

"Este é o governo que mais tem pensado em um país federal e distributivo, para dar chance aos que menos têm", opinou o treinador.

Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires, ex-presidente do Boca Juniors e um dos maiores adversários do governo Kirchner, tem viajado para acompanhar todos os jogos da seleção no Mundial.

"Sabella era um militante político nos anos 70 e sempre foi peronista. Na primeira entrevista em que pediram para ele falar de política, disse que seu político favorito era Néstor Kirchner", declara o jornalista do La Nación, Ezequiel Fernandez Moores. "Sabella sempre disse gostar desse governo."

Néstor é ex-presidente e ex-marido de Cristina Kirchner, morto em 2010.

Em sintonia com os líderes de esquerda latino-americanos e em opiniões econômicas raríssimas para treinadores de seleções, ele se declara totalmente favorável à intervenção do Estado na economia.

"Sempre se fala que o Estado não deve intervir muito. Acho o contrário: o Estado deve estar presente para regular a política, determinar a linha. Não podemos acreditar na 'teoria do derrame' porque isso é uma mentira", completou para a "La Garganta Poderosa".

Teoria de derrame é conceito das décadas de 50 e 60 que defende ideia de que a riqueza chegaria às camadas mais carentes da população por meio das forças do mercado.

Não, não é comum técnicos de futebol citando teorias econômicas.

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