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Vila Madalena lota de novo, agora com argentinos

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Em mais um dia de festa, paquera e bebedeira, as ruas da Vila Madalena receberam hoje centenas de torcedores argentinos para assistir ao jogo.

Suíços mesmo, apenas alguns. Mas como observou o suíço François Molliex, 30, a torcida pelo seu país era maioria, na medida em que muitos brasileiros compareceram para secar o rival.

Parecia feriado. A maioria dos comércios na rua Aspicuelta estava fechada. Fabio Tolosa, 49, proprietário de uma loja de gadgets na rua Fradique Coutinho, foi um dos poucos que abriu: "o pessoal não está muito feliz não. Desde que a Copa começou, diria que o movimento das lojas caiu de 30 a 50%. As festas juninas e o dia dos namorados, este ano, foram por água abaixo".

Já os bares festejam, com um incremento de cerca de 30% nas vendas durante o período.

Uma queixa recorrente dos moradores era sobre a dificuldade de acesso a suas casas nas ruas que foram fechadas (Aspicuelta, da Mourato Coelho a Girassol, e Mourato, da Purpurina até a Inácio).

Apesar da agressividade de alguns gritos, como o "Chupa Neymar" e o "Ei, Messi, vai tomar no cu", a atmosfera era de confraternização. A maioria do público era jovem, em clima de balada e micareta.

"Meu único medo é de alguém cutucar a onça com vara curta", comentou Salete Matheus, 57, moradora vizinha ao ponto do bairro que é o epicentro da agitação, na esquina da Mourato com a Aspicuelta. "Espero que levem essa rivalidade na brincadeira até o fim".

E de fato, pelo menos à luz do dia, as provocações de parte a parte transcorriam em um clima de descontração.

"O importante é a zoeira", afirmava o ambulante José Guilherme Paulino, 26, que diz ter vindo assistir todos os grandes jogos da Copa no bairro. Ele era um dos mais animados e fez questão de torcer em voz alta pelos suíços logo atrás de um grupo de argentinos vestidos com a camisa da seleção - o mais exaltado estava de peruca azul e branca.

Já os argentinos se desmanchavam em elogios. "O que mais gosto no Brasil são as pessoas, que tem nos recebido com muita hospitalidade", afirmou German Feleito, 34, que trabalha com maquinário e colheita em Los Toldos, a 300 km de Buenos Aires.

Junto com a namorada e dois amigos, veio de carro em uma viagem de 28 horas sem paradas. "Existe uma rivalidade com relação aos brasileiros mas sempre com muito respeito".

Para o advogado Martín Iglesias, 30, a rivalidade faz parte da essência argentina. "Só sabemos torcer desta forma. Maradona contra Pelé. Messi contra Neymar. Imagine que sonho, vencer o Brasil no Maracanã".

E se um brasileiro torcesse contra a Argentina pelas ruas de Buenos Aires, o que aconteceria? "Provavelmente terminaria em briga. Lá, somos mais passionais. Por exemplo, cantamos o tempo todo nos estádios, com o time ganhando ou perdendo, ao contrário de vocês".

Atrás de Martín, e mais circunspecto, o universitário Gabriel Polacow, 18, só gritou mesmo quando a bola bateu na trave da Argentina, no final da prorrogação: "o Brasil pode até perder a Copa, mas a Argentina não pode ganhar. Não dá pra imaginar a Cristina Kirschner e o Maradona comemorando".

Gabriel disse que veio "para ver as meninas". Não era o único. Na medida em que a tarde avançava, as ruas foram enchendo.

Predominavam os brasileiros (e brasileiras - o look com o short cavado era o mais comum), mas havia argentinos e outros estrangeiros, como os americanos.

"Existe uma identidade entre brasileiros e americanos. Tenho reparado que nesta Copa os brasileiros estão sempre torcendo por nós", arriscava Chris Zinn, 34, diretor de pesquisas de uma empresa na Filadelfia. "E suas mulheres são fantásticas", emendava.

Um ou outro incidente foi inevitável. O funcionário público Ronan Matos, 43, gritava inconformado, apontando para uma brasileira que aceitou compartilhar um cigarro com um argentino.

"Elas só querem saber dos gringos. Mas na hora do vamos ver, nós temos muito mais dinheiro que eles".

Embora a maior parte da torcida argentina fosse composta por homens, havia também muitas torcedoras. Como a estudante Marina Manzel, 18, que junto com duas amigas afirmava que os brasileiros são "guapos y muy amables".

A venda ilegal de bebidas ocorria às claras, mas muita gente trouxe seus coolers e até mesmo sacos de gelo. Cerveja e Smirnoff Ice eram as bebidas mais vistas.

Os bares colocaram cercadinho e o grosso da galera assistiu os jogos da rua, se acotovelando diante das TVs de tela plana dos estabelecimentos.

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