Sufoco é pouco. Os caipiras têm uma palavra que define bem a Copa-2014: siricutico. Estou há dias sem dormir porque hoje vou ao Maracanã para França x Alemanha e na sequência encaro Brasil x Colômbia na TV. Duvido se me restarão sinais vitais no sábado para Argentina x Bélgica e Holanda x Costa Rica.

Mas atenção. O siricutico -acesso, descontrole ansioso, doideira- não atinge só brasileiros. Comentaristas cabeças de planilha, aqueles que falam de futebol como meu contador de alíquota do FGTS, querem transformar a nação de técnicos em 200 milhões de psicólogos. Concordo com Neymar, todos devemos nos tratar.

Ninguém é imune ao siricutico. Holandeses se descabelaram para furar, aos 43 do segundo tempo, a defesa do México. A inabalável Alemanha teve que encarar uma prorrogação alucinada para passar pela Argélia. Argentinos gemeram no Itaquerão num magro 1 x 0 contra a Suíça com direito a bola na trave hermana no último minuto.

No dramático funil das oitavas, houve cinco prorrogações. Recorde histórico! Nos oito jogos, por cinco vezes o melhor em campo foi o goleiro. Quantos infartos ao redor do planeta? Ninguém contou, melhor não saber.

Norte-americanos abandonaram o expediente na última terça-feira e finalmente compreenderam a intensidade da emoção de um 0 a 0. Até Obama foi picado pela bola. Só que não. O império ruiu diante da pequena e brava Bélgica. "Yes, we can" nada, amigo.

Dizem que na Colômbia não tem siricutico. E o zagueiro Escobar assassinado depois da Copa de 1994 porque fez gol contra? O futebol é uma montanha-russa que liga o céu ao inferno e vice-versa. Num minuto você é zero à esquerda, no outro, a solução dos problemas nacionais. Mais informações com o goleiro Júlio César. Vai ter siricutico. #VaiBrasil