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Seleção holandesa aproveita o Rio, interage com brasileiros e une grupo

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"A atmosfera no time é fantástica. Quando andamos nas ruas, vemos como as pessoas são receptivas, entusiasmadas, calorosas. A maneira como os brasileiros interagem com você é incrível, especialmente no Rio."

Esse é Louis van Gaal, o técnico da equipe que mais saiu no lucro durante em sua concentração no Brasil.

Pois nem os diques que protegem Amsterdã do mar haveriam de ser capazes do que a atual seleção da Holanda conseguiu: conter os choques entre seus jogadores. Uma proeza que deve um bocado à areia de Ipanema, aos cariocas e ao frescobol.

Das 83 opções aprovadas pela Fifa, a Holanda escolheu se hospedar num hotel diante da praia e treinar no campo de um clube muito identificado com o país, a começar pelo nome: o Flamengo.

Nas últimas semanas, foi dali que os jogadores saíram para caminhar entre os postos 9 e 10. Para subir até o Cristo Redentor. Para visitar a laje do Michael Jackson no morro Dona Marta. Para passar a tarde na piscina de um clube. Para fazer compras nos arredores do hotel.

"Fico feliz de estarem bem aqui no Rio, com essa recepção que o carioca deu a eles", diz Zico, embaixador do Flamengo na recepção ao time.

O contraste com a principal adversária da Holanda na primeira fase é notório. A Espanha se refugiou na periferia de Curitiba, treinando sob temperatura bem mais baixas do que as que enfrentou nos seus jogos mais difíceis. O time voltou para Madri antes das oitavas.

Enquanto os espanhóis se fechavam em seu bunker, os holandeses abriam até o gramado dos treinos às famílias dos jogadores e mantinham o clima de bom humor.

"Temos um espírito de time incrível", afirma Van Gaal. "Nós criamos essa harmonia. Os jogadores estão convencidos de que precisam dessa ótima harmonia entre players e staff."

Se um dia, nos tempos do Barcelona, o treinador cobrou de Rivaldo o atraso de minutos na apresentação, nesta Copa ele defende a importância das folgas regulares que tem dado ao time. Diz que precisa de seus jogadores "contentes" para renderem na Copa.

Na última terça (1º), por exemplo, os jogadores fizeram diferentes passeios pelo Rio. O atacante Fer aproveitou para andar com a namorada, Xenia Lodia Maria, por Santa Tereza. "Tão feliz de estar aqui", escreveu ela ao postar uma foto em rede social.

Na semana passada, vários dos jogadores aparecem no Clube dos Caiçaras, na Lagoa, para surpresa dos sócios. Jogaram frescobol e brincaram de bola com as crianças na piscina.

O debate sobre a "concentração aberta" dos holandeses é antigo. Em 2006, o treinador era Marco Van Basten, craque histórico da seleção.

No meio da Copa, um jornalista o questionou sobre as presença das namoradas dos jogadores. Ele disse que o jornalista estava mal informado e explicou: "Não são as namoradas que estão vindo. São as mulheres dos jogadores. As namoradas deixariam esse lugar cheio demais."

Desta vez, os três maiores craques do time –Robben, Van Persie e Sneijder– são casados. Um deles, Sneijder, casou-se menos de uma semana depois da derrota na final da Copa de 2010. O mesmo jogador que naquela Copa disputava com Van Persie até mesmo o direito de bater faltas. O primeiro falava que o cobrador oficial era ele, e o segundo questionava tal direito, tudo isso em público.

Agora é o próprio Sneijder que usa o bom ambiente interno para explicar como um time consegue três viradas espetaculares como o dele. "Não estamos fazendo de propósito", brinca. "Tem tudo a ver com o espírito do time. Estamos muito confiantes e acreditamos em nós."

O craque do time (e para muitos da Copa) não fica atrás. Sem conseguir controlar o tamanho do sorriso, Robben explica sua boa fase: "Estou gostando muito dessa Copa do Mundo".

Nem sempre o clima na Holanda foi assim. Na Eurocopa de 1996, a cor da pele rachou incorrigivelmente o time.

O meia Davids deixou a equipe acusando de racismo o técnico Guss Hiddink –que assumirá a seleção novamente depois da Copa. Os jogadores negros ficaram do lado de Davids. Um deles, o meia Seedorf, perdeu o pênalti que desclassificou o time da competição, e apenas companheiros negros foram consolá-lo.

Aquele racha acabou abafado depois de muita conversa e da promoção à comissão técnica de um dos melhores jogadores negros da história da Holanda, Frank Rijkaard, que trabalhava ao lado de antigos ídolos brancos: Neeskens e Ronald Koeman.

O time atual tem cinco negros entre os 23 convocados e também conta com um antigo craque negro na comissão técnica: Patrick Kluivert. E também com um ex-jogador branco que esteve no centro da polêmica de racismo nos anos 90, Danny Blind, ex-capitão da equipe e já nomeado treinador da Holanda a partir de 2016.

"Danny Blind é meu assistente. Cuida das análises do dados técnicos. Kluivert faz a ponte entre técnico e os jogadores mais novos.", diz Van Gaal. "Há um link entre nós".

O próximo teste da fórmula holandesa é neste sábado (5) em Salvador, contra a Costa Rica, pelas quartas de final.

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