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Clóvis Rossi: Beques não choram, marcam

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O excelente zagueiro que é Thiago Silva deixou de lado as lágrimas que derramara na partida contra o Chile, preferiu esticar a perna e seu joelho desviou a bola para o gol, passados apenas sete minutos do jogo contra a Colômbia.

Pronto. Foi o suficiente para desmontar a pressão que até o técnico Luiz Felipe Scolari havia apontado como um dos motivos, talvez o principal, para que o Brasil estivesse fazendo uma Copa do Mundo de regular para sofrível.

Com a tranquilidade que um gol "madrugador" sempre proporciona, o Brasil pôde apresentar a sua melhor exibição até agora, pelo menos no primeiro tempo.

No segundo, inexplicavelmente, diminuiu demais o ritmo, deixou-se dominar pela Colômbia e se salvou graças ao outro zagueiro, David Luiz, que confirmou a sua condição de, digamos, "padrão Fifa" (o melhor jogador do torneio até agora, segundo a entidade internacional). Bateu uma falta como se fosse Didi: a bola subiu para cair no ângulo do excelente goleiro Ospina.

Mereceu, pois, o troféu de melhor do jogo.

Por que o Brasil melhorou (no primeiro tempo)?

1 - A marcação por pressão funcionou desta vez, como havia ocorrido na Copa das Confederações. Só nos primeiros 30 minutos, seis bolas foram recuperadas no ataque.

Com isso, a deficiência no meio-campo (que continua) ficou minimizada. A bola não precisava passar pelos meio-campistas para chegar aos atacantes. Já estava no ataque, ante uma defesa colombiana atrapalhada.
Por isso, Ospina fez pelo menos três grandes defesas, ao passo que Júlio César não precisou nem sequer do golpe de vista porque a bola não chegava a ele. A Colômbia chutou apenas duas bolas na direção do gol, mas sem perigo.

2 - Oscar ficou mais centralizado, mais próximo dos outros meio-campistas, em vez de permanecer na esdrúxula situação de meia armador que joga na ponta (esquerda ou direita, tanto faz).

3 - Os dois laterais foram mais (e melhor) à frente do que em partidas anteriores, o que é sempre um arma poderosa.

4 - Paulinho apresentou-se mais para o jogo do que em todas as suas três participações anteriores. Não jogou bem, de novo, mas pelo menos esteve mais presente.

Só não melhorou a defesa porque não precisa. É, de longe, o melhor setor do time. O simples fato de os dois gols terem saído de zagueiros diz muito sobre as dificuldades desta seleção em exibir um grande futebol.

Falta explicar o que aconteceu no segundo tempo. A intensidade se reduziu abruptamente, os laterais já não apoiavam tanto, Oscar também esteve menos presente - e, para completar, Neymar pouco fez, no primeiro e no segundo tempo.

Com isso, a Colômbia cresceu. Primeiro, equilibrou o jogo. Depois de fazer o 2 a 1, dominou-o ante o recuo do Brasil.

Os números da Fifa demonstram a mudança de um tempo para outro: na primeira etapa, a posse de bola do Brasil foi de 59%; no conjunto do jogo, caiu para 52%.

No primeiro tempo, o Brasil chutou 10 vezes, cinco na direção do gol. No segundo, apenas mais duas e só uma no rumo certo. Já a Colômbia foi de 4 para 6.

Tudo somado, justifica-se o grito de "o campeão voltou", presente na Copa das Confederações e repetido esta sexta-feira (4) em Fortaleza? Depende. Se "campeão" quer dizer "jogo bonito" pelo qual o Brasil ficou conhecido nos anos 50 a 80, ainda está longe. Mas se campeão quer dizer o vencedor da Copa, bem pode ser. É uma Copa de iguais. A Alemanha, próximo adversário, é forte, mas não se exibiu necessariamente melhor que o Brasil, salvo nos 4 a 0 contra Portugal.

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