Na Vila Madalena, torcedores festejam com chuva de cerveja
Samba não teve, mas suor, chuva de cerveja, loló (lança-perfume), maconha e garrafas de vidro com todo tipo de bebida alcoólica não faltaram na maior festa realizada nesta Copa na Vila Madalena.
Pelos cálculos da PM, uma multidão, com cerca de 70 mil torcedores, lotou as ruas do bairro para acompanhar a vitória do Brasil sobre a Colômbia, nesta sexta (4). É o maior público registrado na Vila.
Zanone Fraissat/Folhapress |
Torcedores chegam à Vila Madalena para acompanhar a partida entre Brasil e Colômbia |
Foi o terceiro jogo a que Janine Correa, 23, tentou assistir no bairro.
Ela perdeu quase todo o primeiro tempo no telefone, tentando encontrar suas amigas, que vieram com ela de Guarulhos. "Nunca vi tanta gente ", disse. "A Vila Madalena amarelou de vez!"
Quando o Brasil avançava sobre o time adversário, a torcida lançava uma chuva de cerveja. Nos momentos de gol, virava "tempestade".
Mesmo com os longos cabelos molhados pela bebida, Janine elogiou a festa, assim como a ação da PM. "Apesar da muvuca, está organizada."
Numa ação conjunta, que envolveu 900 policiais militares e 120 guardas-civis, foram montadas barreiras em oito pontos de acesso à rua Aspicuelta, "artéria central" da festa, com grades de segurança e revistas. Um helicóptero sobrevoou a região.
A entrada de garrafas de vidro era proibida. A ação também pretendia barrar ambulantes, mas muitos vendedores escondiam cervejas e outras bebidas em mochilas e, assim, conseguiam furar o bloqueio.
Canudinhos com pinga e mel eram vendidos por R$ 4 cada um. Cerveja custava R$ 5 (latão, R$ 8). Dentro de embalagens tamanho "G" de adoçantes, ambulantes ofereciam esguichos de lança-perfume a R$ 10 (mulheres ganhavam dose dupla). Um cigarro de maconha era comprado por R$ 20.
Com garrafas de vidro escondidas em bolsas, muitas torcedoras passaram ilesas pela fiscalização.
A promoter Bia Alexandre, 24, foi uma delas. "Somos quatro garotas lindas. O policial não suspeitou. Mas teremos o cuidado de não quebrar a garrafa nem abandoná-la por aqui."
Mariana Tomazin, 26, recepcionista, carregava na bolsa uma garrafa de Jurupinga (vinho licoroso) e outra de "Big Apple" (rum).
Sua amiga, a analista Kelly Keiko, 28, reclamava do forte cheiro de maconha. "Está todo o mundo fumando a céu aberto. E a gente fuma por tabela."
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'