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Após lesão, berço de Neymar se divide entre a dor e a indiferença

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Mogi das Cruzes (SP) está dividida sobre Neymar, sua estrela mais conhecida. Por um lado, sofre com a lesão que tirou o atacante da Copa. Por outro, se mantém indiferente ao camisa 10 da seleção.

Neymar nasceu na cidade em 5 de fevereiro de 1992, às 2h, na Santa Casa de Misericórdia. Mas morou no local por três anos. Depois mudou-se para São Vicente, onde ficou na casa da avó paterna.

Foi na Baixada Santista que o atacante criou raízes. Morou na Praia Grande por cinco anos e depois se dividiu entre Santos e Guarujá até ir para Barcelona, em 2013.

Mogi das Cruzes ficou esquecida. Não foi mais visitada. E até alguns moradores esqueceram a origem do craque, até sexta (4) o principal nome da seleção na Copa do Mundo.

"Depois que ele ficou famoso nunca voltou para a cidade. Alguns se orgulham por ele ter nascido aqui, mas a imagem dele ficou tão desligada que nem todos sabem que ele é mogiano", disse a professora de educação física, Mônica Senziali, 36, da escola Sérgio Hugo Pinheiro.

Ao visitar Mogi das Cruzes é possível constatar o que Mônica disse à Folha. As ruas estão enfeitadas pela Copa, mas não há nada ao craque.

Nem mesmo no bairro do Rodeio, onde Neymar morou com os pais em um condomínio popular durante seus três anos na cidade. Não há imagens ou referências nas ruas.

"De fato, não se relaciona Neymar com Mogi das Cruzes. Por um lado é compreensível. Ele ficou pouco tempo. Por outro, é triste. Deveria haver mais carinho", disse Gustavo Nogueira, 35, dono da lanchonete SpockBurguer.

Mas isso não significa que a contusão sofrida pelo atacante na sexta (4) passou despercebida. Ele fraturou a terceira vértebra lombar durante a vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia pelas quartas. Não vai mais jogar o Mundial.

O médico Benedito Kleine, 60, foi um dos que mais sentiu o golpe. Ele participou do parto de Neymar em Mogi das Cruzes –o procedimento foi conduzido por Luiz Carlos Bacci, que já morreu. Kleine ainda deu alta para dona Nadine, a mãe do craque.

"Sofri junto. Estava assistindo ao jogo com alguns amigos e familiares e eles até tiveram de me consolar. É como se fosse meu filhote. Me machuquei junto", disse Kleine, por telefone, à Folha.

Kleine está entre os moradores da cidade que se orgulha do filho nobre e que não é nem um pouco indiferente ao astro do Barcelona. Pelo contrário, adora adjetivá-lo.

"Tenho muita satisfação de ter contribuído com o nascimento. Já me perguntaram se naquela época eu desconfiava que Neymar seria bom de bola. Digo, brincando, que não, mas que antes de ele deixar o hospital fiz uma bolinha de algodão, joguei para ele e o danado me devolveu de chaleira", brinca, aos risos. "Se soubesse que ele seria famoso, teria feito uma foto depois do parto", completa.

Mas o sentimento quase paternal que nutre por Neymar –a quem nunca mais viu após o parto– não ameniza o vazio que Kleine sente pelo fato de sua cidade não ter vínculos com o atacante.

O médico acha que a cidade deveria propor uma aproximação, especialmente após a Copa. "É claro que, para nós mogianos, seria muito mais gratificante se essa aproximação partisse do próprio Neymar", completa esperançoso.

EM MOGI DAS CRUZES, NEYMAR FAMOSO É O PAI

O verdadeiro Neymar famoso na cidade é o pai do jogador de 22 anos. No ano em que o craque do Barcelona nasceu, o pai era o principal jogador do União Mogi, na segunda divisão de São Paulo.

"A cidade recorda do Neymar habilidoso, atacante perigoso para os adversários e simpático com os torcedores. Mas esse Neymar é o pai", disse à Folha Atilio Suarti, 56, que era fisioterapeuta do clube nos anos 1990.

Uma cena comum nos primeiros anos era o pai levar o filho ao campo do União. Depois, o menino assistia ao jogo da arquibancada. Neymar pai jogou no clube até 1995.

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