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Polícia identifica chefe da máfia de ingressos e diz que é ligado a Fifa ou Match

Diana Brito 1º.jul.2014/Folhapress
Polícia Civil apresenta ingressos recolhidos no Rio de Janeiro
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A Polícia Civil do Rio afirmou na tarde desta segunda-feira que identificou o integrante da Fifa ou da Match que seria o chefe do esquema milionário de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo.

O delegado responsável pela investigação, Fabio Barucke, da 18ª DP (Praça da Bandeira), disse que já pediu à Justiça a prisão do suspeito –que estaria hospedado no Copacabana Palace, na zona sul carioca.

A Match é a única empresa autorizada pela Fifa para venda de pacotes de ingressos e camarotes da Copa.

Sobrinho do presidente da federação internacional, Phillip Blatter preside a Infront Sports & Media, que é acionista minoritária (5%) da Match.

Barucke afirmou que, mesmo com a operação policial em curso, o suspeito não teria deixado o Brasil.

"A colaboração de José Massih [um dos 11 presos sob suspeita de integrarem a quadrilha, na última semana] foi imprescindível para a gente chegar a essa pessoa. A Fifa enviou a lista dos credenciados, que bateu com as declarações dele", disse o delegado.

Entre os 11 presos está o franco-argelino Lamine Fofana, que inicialmente foi apontado como chefe da quadrilha. O suspeito identificado nesta semana pela polícia seria o dono do celular oficial da Fifa que recebia ligações de Fofana interceptadas em centenas de gravações autorizadas pela Justiça na operação batizada de Jules Rimet.

Barucke disse que o nome do suspeito –que seria ligado à Fifa ou à Match– ainda não será divulgado para não atrapalhar a investigação.

ENTENDA O CASO

A Polícia Civil do Rio prendeu 11 pessoas na última terça-feira (1º) suspeitas de integrarem uma quadrilha de desvio e venda ilegal de ingressos para Copa do Mundo. A operação, batizada de "Jules Rimet", teve apoio Ministério Público e do Juizado do Torcedor e já vinha sendo conduzida há dois meses.

Mais de uma centena de bilhetes foram apreendidos com as pessoas presas. Os bilhetes comercializados, segundo as investigações, eram de cotas cedidas pela Fifa a patrocinadores e delegações de seleções. O esquema funcionaria desde a Copa de 2002, realizada na Coreia do Sul e no Japão. Ainda de acordo com as investigações, o grupo faturava até R$ 1 milhão por jogo.

A polícia fez prisões no Rio e em São Paulo. Entre os presos está Fofana.

Durante a semana, o promotor do caso, Marcos Kac, disse abertamente que havia um integrante "graúdo" da Fifa envolvido no esquema. Até o momento, seu nome não foi divulgado. A Fifa, por sua vez, nega que funcionários da entidade teriam relação com cambistas.

Segundo o delegado Fabio Barucke, da Polícia Civil, um funcionário da Fifa e outro da empresa Match Services, responsável pela venda de ingressos da Copa, são suspeitos de participarem da quadrilha. Além deles, um chinês atuaria em São Paulo negociando ingressos para a quadrilha.

Na noite da última segunda (30), dois americanos e uma italiana foram presos em flagrante ingressos para a Copa, que vendiam pelos sites das empresas Ludus Tours e Red Carpet.

Entre os ingressos que a polícia informou ter apreendido durante a operação, aparece um com o nome de Humberto Mario Grondona, filho mais velho do presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina) e vice da Fifa, Julio Grondona. O filho do cartola negou participação no esquema. Procurada pela Folha, a AFA disse desconhecer qualquer esquema de desvio de ingressos da Copa.

A Fifa, que inicialmente havia dito que o caso de Grondona já estava esclarecido, informou neste domingo (6) que pedirá esclarecimentos por escrito ao filho do cartola.

Segundo a polícia, as delegações do Brasil, Argentina e Espanha também estão sendo investigadas por suspeita de repassarem ingressos de sua cota ao esquema. Procurada, a CBF afirmou não ter sido informada de modo oficial. Disse que os bilhetes que recebe da Fifa têm controle numérico, mas não discriminação nominal.

A cada jogo, a Fifa distribui 700 ingressos para cada federação cuja seleção está em campo. Além disso, a CBF recebeu uma carga de 30 mil entradas extras por ser a federação da sede do Mundial.

As investigações sobre o esquema começaram há três meses. São 50 mil registros de gravação. A Polícia Civil ouviu até o momento 25 mil, o que indica aos policiais que outras pessoas ainda podem surgir no esquema.
(DIANA BRITO)

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