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Após executivo da Match ser solto, delegado pedirá prisão preventiva

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O delegado da Polícia Civil do Rio Fabio Barucke afirmou que vai entrar com nova representação na Justiça nesta terça-feira (8) para pedir a prisão –desta vez preventiva– de Raymond Whelan, diretor da empresa Match Services, associada à Fifa e a única autorizada pela entidade a vender ingressos com pacotes de hospedagem para a Copa.

O executivo, que foi preso na tarde de segunda (7), no hotel Copacabana Palace, no Rio, por suspeita de envolvimento com um esquema de venda ilegal de ingressos da Copa, foi solto por volta das 4h30 da madrugada desta terça, após seus advogados conseguirem um habeas corpus no plantão judiciário e mediante pagamento de fiança de R$ 5.000.

Em entrevista à imprensa na manhã desta terça, Barucke disse que os advogados deixaram o passaporte do executivo britânico com a Justiça como garantia de que ele não vai fugir. Chamado para depor às 10h de hoje na delegacia, o executivo não compareceu. Agora, ele deve responder as acusações apenas em juízo já que o delegado pretende remeter o inquérito ao Ministério Público ainda hoje.

"Os indícios são fortes. A soltura [de Whelan] faz parte do processo, é democrático. As provas não foram analisadas [pela desembargadora que concedeu o habeas corpus]", afirmou Barucke, titular da 18ª DP (Praça da Bandeira). "O inquérito vai ser finalizado hoje e vamos encaminhar [à Justiça, no pedido de prisão preventiva] os perigos da soltura [de Whelan]", acrescentou. O delegado não informou quais seriam esses perigos.

Barucke também vai pedir a prisão preventiva dos outros 11 suspeitos detidos na operação. Todos cumprem prisão temporária –que expira na próxima quinta-feira (10)– no Complexo Penitenciário de Bangu, zona oeste.

Reuters
Ray Whelan (à esquerda) chega em delegacia de polícia no Rio
Ray Whelan (à esquerda) chega em delegacia de polícia no Rio

SOLTURA

Na decisão em que concedeu o habeas corpus a Whelan, a desembargadora Marilia de Castro Neves Vieira afirmou que "(...) sendo a prisão um meio de que se vale o Estado para investigar com segurança, é inequívoco que tal medida extrema deve revestir-se de todas as cautelas, obedecendo ao princípio da proporcionalidade, o que, no caso em exame, não ocorreu."

Em um trecho da decisão, a magistrada escreve: "Ora, havendo já a autoridade policial apreendido 'celulares, computador pessoal, ingressos e documentos que estavam em poder do acusado', não vislumbro a necessidade da manutenção da medida restritiva, razão pela qual a revogo liminarmente."

A desembargadora determinou que Whelan pagasse fiança no valor de R$ 5.000 e entregasse seu passaporte.

Investigadores disseram que, após ser solto, Whelan retornou para o Copacabana Palace, na zona sul carioca, onde já estava hospedado. A Folha entrou em contato com os advogados do executivo na manhã de terça, mas eles disseram que não vão se manifestar sobre o caso.

Na noite de segunda, Fernando Fernandes, um dos advogados de Whelan, falou à imprensa na delegacia e afirmou que "não há razão nenhuma para prisão temporária nem preventiva". "A empresa tem contrato oficial com a Fifa, a prisão é completamente ilegal, absurda e arbitrária, motivada por uma falta de compreensão da complexidade dos jogos da Copa", disse Fernandes, antes de conseguir o habeas corpus para seu cliente.

INGRESSOS VIPS

Em nota oficial divulgada nesta terça (8), a Match confirmou a soltura de Whelan e disse confiar que "os fatos vão mostrar que ele não violou nenhuma lei".

"A Match continuará a apoiar totalmente todas as investigações policiais, as quais acreditamos que irão isentar Ray completamente. Enquanto isso, Ray Whelan, assim como toda a equipe da Match, continuará trabalhando nas áreas operacionais de nossa responsabilidade para realizar uma Copa do Mundo bem-sucedida", afirmou a empresa na nota.

A empresa confirmou que o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, já preso e acusado pela polícia de ser o principal operador do esquema de venda ilegal de ingressos, comprou legalmente 105 pacotes hospitality para sete partidas da Copa-2014, no valor de US$ 121.750.

Editoria de Arte/Folhapress

Em entrevista à rádio CBN na manhã desta terça, o promotor Marcos Kac, responsável pelo caso, afirmou que, além dessa compra realizada oficialmente, a polícia suspeita que havia mais ingressos desviados ilegalmente.

"Foi um único contrato entre o Fofana e a Match, para uma quantidade pequena de ingressos. Nós temos captações de áudio que mostram que ele vendeu milhares de ingressos que não foram adquiridos de forma legal", disse o promotor.

"A Match é responsável pelo hospitality center, cujos ingressos têm um valor elevado. Só que a empresa não consegue vender todos os pacotes de hospitality. O que imaginamos é que esse refugo que não era vendido pela Match era repassado ao Fofana, que vendia no mercado negro", disse Kac à rádio.

Sobre a decisão da desembargadora que concedeu o habeas corpus a Whelan, o promotor afirmou que "decisão judicial não se contesta, cumpre-se".

"Existem os requisitos para a decretação de uma prisão temporária, entendemos que eles estavam presentes. A desembargadora entendeu que esses requisitos não estavam presentes, motivo pelo qual concedeu o alvará de soltura", disse Kac. Ele afirmou não temer uma eventual fuga de Whelan do país, mas que ele tente atrapalhar a investigação.

"A possibilidade de fugir do país sempre existe, mas não é isso que nos preocupa nesse momento. O que preocupa é que a investigação está em sua fase final e estamos reunindo todas as provas para fazer uma denúncia embasada. A soltura prematura dele pode destruir indícios do crime."

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