Era para a festa acabar com samba, forró e sertanejo em um dos principais bares brasileiros da cidade de Colônia, na Alemanha, mas a comemoração foi do adversário.

Colônia abriga a quarta maior comunidade brasileira na Alemanha –1.061 pessoas, segundo o Departamento Federal de Estatísticas.

Depois dos sete gols contra o Brasil e da classificação para a final da Copa, os alemães dançaram ao som de músicas populares germânicas, enquanto os poucos brasileiros que restaram deixavam o local de cabeça baixa.

A banda brasileira que tentou animar a torcida verde e amarela durante o intervalo desistiu e não tocou mais.

A maior parte dos brasileiros que acompanhava a partida pela semifinal da Copa abandonou o local já na metade do segundo tempo.

"Não aguento mais ver. É muita vergonha", diz Vivian de Araújo, 38, que deixou o marido alemão assistindo ao final da partida.

O ex-jogador Rosinaldo Lopes, 46, que está há 12 anos na Alemanha, se sentiu envergonhado. "Ninguém nunca tomou sete gols em uma semifinal de Copa. Tem coisas no futebol que não dá para entender", afirmou.

Para Adiene Maria Soares, 55, de Salvador, acompanhar a derrota na terra do adversário é muito mais doloroso. "Fiquei triste pela maneira que perdemos, sem dignidade". Durante a partida, a promotora de eventos recebeu inúmeras mensagens irônicas de amigos alemães. "Eles disseram: 'sinto muito' ou 'que coisa feia'", conta.

Veja imagens

DESAPONTADOS

Cássio Vitor, 34, de Salvador, vive nos Estados Unidos e, durante as férias na Alemanha, assistiu à derrota brasileira. Para o jornalista, o Brasil deixa a Copa da maneira "mais humilhante possível".

"Não esperava que o Brasil fosse perder, muito menos com esse resultado. A ausência do Neymar e do Thiago Silva mexeu com o psicológico da Seleção, mas nada justifica esse resultado", reclama.

No segundo tempo, a maquiadora carioca Leila Fabiana, 37, já tinha mudado de time. "Não me sinto perdedora. Vivo há 16 anos na Alemanha e vamos ganhar a Copa."